Garis decidem continuar a greve iniciada há três dias: com a categoria dividida, a sujeira se acumula pelas calçadas do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2014 às 19h59.
Rio de Janeiro - A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro anunciaram na tarde de hoje (3) um acordo que poderá colocar fim à paralisação parcial que a categoria faz há alguns dias.
Por conta da interrupção de parte do serviço, as ruas da cidade ficaram completamente sujas, justamente durante o carnaval, quando é maior o número de turistas.
Apesar do anúncio, representantes dos funcionários paralisados disseram que o acordo não foi aprovado em assembleia dos trabalhadores e que a greve não acabou.
A Comlurb divulgou nota dizendo que o acordo garante 9% de aumento salarial para os cerca de 15 mil garis. “A partir de abril, um gari em início de carreira terá como piso salarial R$ 874,79 mais 40% de adicional de insalubridade, totalizando um vencimento de R$ 1.224,70”, diz a nota.
O acordo também representará ganhos em outros itens, como hora extra de 100% aos domingos e feriados, plano odontológico para todos, seguro de vida de R$ 10 mil, auxílio-creche para ambos os sexos e aumento no vale-alimentação para R$ 16.
Para o gari Bruno Lima, o sindicato tomou uma decisão sem consultar a categoria.
“Não foi negociado nada. O sindicato assinou por ele próprio. Não fez uma assembleia nem discutiu as pautas com os trabalhadores”, declarou Bruno.
Segundo ele, a proposta apresentada pela empresa deverá ser discutida nesta terça-feira (4) ou, no mais tardar, na quarta-feira (5) entre os trabalhadores.
Com a categoria dividida, a sujeira se acumula pelas calçadas, com sacos de lixo doméstico se misturando com o resultado da passagem dos blocos, incluindo garrafas, copos, latas de alumínio e sacos plásticos. Se o material não for recolhido logo, poderá entupir os bueiros, causando grandes alagamentos na cidade.