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Como São Paulo quer ser a capital com melhor educação até 2020

Em entrevista a EXAME.com, o secretário municipal de educação Alexandre Schneider falou sobre como quer alavancar nota da cidade no índice nacional

Educação: crianças fazem desenho com lápis de cor em sala de aula de escola (A2 Fotografia/Gilberto Marques/Reprodução)

Educação: crianças fazem desenho com lápis de cor em sala de aula de escola (A2 Fotografia/Gilberto Marques/Reprodução)

Bárbara Ferreira Santos

Bárbara Ferreira Santos

Publicado em 28 de janeiro de 2017 às 07h00.

Última atualização em 28 de janeiro de 2017 às 07h00.

São Paulo -- Quando Alexandre Schneider deixou o comando da secretaria municipal de educação em 2012, com a saída da gestão Gilberto Kassab (PSD), as notas de São Paulo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estavam abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Educação (MEC) para a capital paulista.

Agora de volta à pasta na administração de João Doria (PSDB), ele quer não só bater as metas como colocar a cidade na liderança entre as capitais no país, um desafio para uma pasta com recursos inferiores ao que tinha quando Schneider administrou a secretaria, entre 2006 e 2012.

Em 2011, a nota da rede municipal no Ideb foi de 4,3 nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), enquanto a meta era de 4,6. Nos anos iniciais (do 1º ao 5º ano), a rede atingiu a nota 4,8, mas a meta era de 4,9.

Durante o governo de Fernando Haddad (PT), mais do que abaixo da meta, a nota caiu de 4,4 para voltar ao patamar de 4,3 nos anos finais do fundamental, ainda bem abaixo da meta de 5,3 para aquele ano. Já no ciclo 1 do fundamental, chegou a 5,8--acima da meta de 5,4.

Apenas para bater a meta do ciclo 2 do fundamental, a cidade teria que dar um salto em educação e atingir as notas 5,6 em 2017 e 5,8 em 2019. Em conversa com EXAME.com, Schneider contou como pretende alavancar essas notas.

“Acho que vai voltar ao básico, como dizem os americanos: currículo, formação e avaliação integrados”, afirmou o secretário.

Ele explicou que a rede deve redefinir o currículo de acordo com as novas diretrizes nacionais curriculares que estão sendo discutidas pelo governo federal. Outras frentes de trabalho serão o investimento na formação de professores e a retomada da aplicação da Prova São Paulo, que foi suspensa durante a gestão Haddad.

Segundo Schneider, a Prova São Paulo já deve ocorrer em outubro deste ano em formato censitário (abrange a maior parte dos alunos) para os anos ímpares e amostral para os anos pares. Os resultados devem ser divulgados para a rede no começo de 2018.

Antes da Prova São Paulo, contudo, as escolas vão fazer uma avaliação diagnóstica no próximo mês para ver em que pé de aprendizagem estão os alunos. “O início do ano letivo vai ser marcado por um olhar para os resultados do ano passado, por uma revisão de todo o conteúdo do último ano, especialmente em Português e Matemática, e pela avaliação diagnóstica”, disse Schneider.

Alfabetização mais cedo

Outra mudança que a rede deve implantar é a antecipação da alfabetização das crianças. Na gestão passada, a definição era de ter todos os alunos alfabetizados até o 3º ano do ensino fundamental. “Queremos antecipar para todos no segundo ano e 85% no primeiro. E esta é uma área que a rede trabalha muito bem: a alfabetização. A gente está plenamente consciente de que isso é possível”, disse Schneider.

Além disso, ele afirmou que pode diminuir a quantidade de séries em que alunos podem ser reprovados. “Antes se pensava que, se aumentasse a possibilidade de reprovação, os alunos iriam se esforçar mais, aprender mais e, portanto, a gente iria conseguir fazer com que eles não fossem reprovados”, contou Schneider. “O resultado, medido pelo Ideb, mostra que não aconteceu isso. Ele aponta que a mudança na aprendizagem foi muito pequena e, em compensação, o volume de reprovações e abandono foi muito grande.”

Uma das possibilidades que estão sendo estudadas pela secretaria é alinhar o sistema de ciclos do município com o da rede estadual. Hoje, na prefeitura, os alunos podem reprovar no 3º, 6º, 7º, 8º e 9º anos. Já nas escolas do estado, são três as séries que permitem reprovação: 3º, 6º e 9º anos.

“Mas isso tudo vai ser feito olhando para os dados, negociando com a rede e verificando qual a melhor situação e forma de trabalhar”, ponderou o secretário. Ele explicou que eventuais mudanças nas séries que permitem reprovação serão aplicadas a partir do ano letivo de 2018.

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