Rio de Janeiro (RJ), 24/08/2023 - Rio de Janeiro (RJ), 24/08/2023 - Termômetro, no centro da cidade, chega a marcar 40 graus em meio a forte onda de calor. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 21h04.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2025 às 21h05.
Nesta segunda-feira, às 12h35, o Rio de Janeiro alcançou o Nível de Calor 4 (NC4), o segundo mais elevado na escala do Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo, que vai até o NC5. Esse é o primeiro registro desse nível desde a implementação do protocolo pela cidade, em junho do ano passado.
O NC4 é atingido quando a temperatura permanece entre 40°C e 44°C por pelo menos três dias consecutivos. O modelo foi desenvolvido com as secretarias de Saúde, Ambiente e Clima, além do Centro de Operações Rio (COR), e tem como base o Índice de Calor, que leva em consideração temperatura e umidade relativa do ar.
Na última semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia previsto que a sensação térmica na cidade pode ultrapassar os 60°C.
- Serão indicados locais com ilhas de resfriamento e estações de hidratação para idosos, grávidas e crianças.
- Aplicativo do COR direcionará os usuários para locais climatizados.
- Cancelamento ou adiamento de eventos de médio e grande porte será considerado.
- Atividades externas de alto risco, como obras e limpeza urbana, poderão ser suspensas.
“Essa é uma das questões mais críticas porque esportes, atividades como limpeza urbana e obras, onde há uma incidência intensa de sol, devem ser suspensas. [Podemos evitar um número significativo de óbitos se interrompermos algumas atividades]”, afirmou Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde.
Quando a cidade chegar ao nível máximo, o NC5, com calor extremo acima de 44°C por duas horas consecutivas durante três dias, as medidas serão ainda mais rigorosas:
Boletins meteorológicos a cada seis horas.
Boletim epidemiológico até 72 horas após o término da onda de calor.
Interrupção de eventos como shows e grandes aglomerações, caso não haja medidas para reduzir os riscos.
Suspensão de atividades externas em unidades de ensino.
O prefeito Eduardo Paes citou como exemplo a onda de calor durante o show da Taylor Swift, em novembro do ano passado, quando uma fã morreu após passar mal.
“Se esse protocolo existisse no show da Taylor Swift, [o evento teria sido cancelado imediatamente]. A partir de agora, não vamos mais improvisar”, disse Paes.
Na próxima segunda-feira, 1º de julho, será publicado um decreto criando um comitê permanente para monitoramento do calor extremo. O painel de calor do Rio analisará modelos de previsão para antecipar ondas de calor.'
"Esse tema, que antes parecia abstrato, passou a chamar a atenção e preocupar a população", destacou o prefeito.
A prefeitura também citou medidas como a inauguração de parques e corredores verdes para aliviar as temperaturas em bairros como Irajá, Bangu, Complexo do Alemão, Maré e Guaratiba. Além disso, o reflorestamento com drones será intensificado.
Outra novidade anunciada é que, a partir de agora, as ondas de calor terão nomes, assim como acontece com furacões. A lista de nomes que serão utilizados até 2028 já foi divulgada.
Para ser caracterizada como onda de calor, a temperatura deve ficar pelo menos cinco graus acima da média por um período de cinco dias ou mais. No último fim de semana do verão, o Rio registrou uma sensação térmica de 57,5°C em Guaratiba.