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Como fica a reabertura na capital paulista, epicentro do coronavírus

Prefeito Bruno Covas anuncia hoje os prazos de protocolos sanitários para liberação das atividades em meio à pandemia da covid-19

São Paulo: plano de flexibilização anunciado ontem (27) trouxe definições divergentes para a capital (Eduardo Frazão/Exame)

São Paulo: plano de flexibilização anunciado ontem (27) trouxe definições divergentes para a capital (Eduardo Frazão/Exame)

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EXAME Hoje

Publicado em 28 de maio de 2020 às 06h50.

Última atualização em 28 de maio de 2020 às 08h15.

Um dia depois de participar do anúncio da “retomada consciente” das atividades de São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) detalha nesta quinta-feira, 27, os planos para reabertura da economia da capital, hoje restrita por conta da pandemia do novo coronavírus.

Após uma semana de incertezas se haveria endurecimento ou flexibilização da quarentena na cidade de São Paulo, o plano trouxe definições divergentes para a capital, que precisam de esclarecimento por parte da equipe do prefeito.

O governo estadual definiu fases para a reabertura das atividades dos municípios. O sudoeste do estado, que compreende as regiões de Registro, Grande São Paulo e Baixada Santista, foi o único que não terá nenhum tipo de flexibilização. As três regiões estão com a curva de infecção em ascensão e, por isso, permanecerão com medidas de isolamento pelo menos até 15 de junho.

A capital fica localizada no meio dessas áreas, e diariamente recebe trabalhadores de todos os municípios adjacentes. As autoridades de saúde, contudo, estabeleceram que a cidade de São Paulo está na fase dois do plano de retomada, que permite, com restrições, a reabertura de shoppings center, comércio, escritórios, imobiliárias e concessionárias.

A cidade de São Paulo é considerada o epicentro nacional da covid-19. No início do mês, havia uma pressão de Covas para decretar lockdown e evitar o colapso nos hospitais, que estão com capacidade de lotação de leitos de UTI em 90%.

Ontem, a capital bateu a marca de 50 mil infectados, que corresponde a 58% de todos os casos confirmados no estado, e 3,4 mil óbitos, 50% do total. Segundo a equipe de saúde, a taxa de contágio está em 1,1, ou seja, cada indivíduo infectado transmite o coronavírus para mais 1,1 pessoa, mas médicos já questionaram essa conta, alegando falta de transparência nos dados.

Questionado se haveria efetividade em relaxar o isolamento na capital apesar dos índices da doença, Covas disse que os serviços não serão liberados na segunda-feira, 01, mas sim só depois de autorização dos protocolos pela vigilância sanitária, o que deve demorar algumas semanas.

“Nós vamos explicar de que forma, a partir de quando, os setores vão poder apresentar à prefeitura os seus protocolos, que serão validados pela vigilância sanitária do município, assinados com o prefeito da cidade, para que eles possam retomar a sua atividade econômica”, disse Covas na coletiva sobre a coletiva de hoje, que está marcada para 12h

De forma prática, é provável que nada mude para a capital nas próximas semanas. Para Covas, que pleiteia a reeleição, já começar a mobilizar a retomada econômica, mesmo com índices preocupantes da covid-19, é uma estratégia arriscada.

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