Comissão do impeachment: não serão produzidas provas nem apresentadas testemunhas nesta fase, apenas esclarecidas as denúncias. (Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2016 às 11h40.
Brasília - Líderes partidários da Câmara dos Deputados decidiram nesta terça-feira, 29, que a comissão especial do impeachment ouvirá ainda nesta semana representantes da defesa e da acusação para formular o relatório de admissibilidade da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff.
Com a decisão, membros da oposição e do governo devem sugerir dois nomes cada para as oitivas.
O líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), afirmou que os deputados contrários ao governo pretendem convocar os autores do pedido de impedimento de Dilma, Janaína Paschoal e Miguel Reale. Já o governo pediu mais tempo para a indicação.
"Estamos em consenso, chegando a um acordo de que esta semana pretendemos ouvir tanto o lado do denunciante quanto o lado da defesa. Para que a gente tenha esclarecimentos da denúncia e não uma carnificina verbal", afirmou o presidente da comissão especial, Rogério Rosso (PSD-DF), após a reunião na liderança do PTB.
Apesar de a presidente Dilma ainda possuir quatro sessões em plenário para preparar a sua tese de defesa, o presidente explicou que "as diligências serão apenas para esclarecimentos das denúncias".
Rosso disse ainda que não serão produzidas provas nessa fase, nem serão ouvidas testemunhas. O objetivo é "realmente esclarecer a denúncia".
O presidente da comissão especial disse que há "uma quantidade enorme de requerimentos, que não traduzem a necessidade com o momento conforme foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conforme o próprio rito do impeachment".
São mais de 60 requerimentos e questões de ordem no total. Ainda na manhã desta terça, o colegiado se reunirá para definir o roteiro de trabalho.
Na segunda-feira, 28, a cúpula da comissão se reuniu com o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, e com o ministro Luís Roberto Barroso.