Segovia: ele pode ser alvo de um inquérito para apurar se houve alguma conduta que não condiz com o cargo que ocupa (Ueslei Marcelino/ Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 18h26.
Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência vai analisar o caso do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, na próxima segunda-feira, 19, quando o colegiado tem uma reunião agendada.
Em entrevista à Reuters, Segovia afirmou que as investigações não encontraram provas de irregularidades envolvendo o presidente Michel Temer no chamado Decreto dos Portos.
Ele sinalizou que a corporação vai recomendar o arquivamento do inquérito aberto contra o emedebista no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o presidente da comissão, Mauro Menezes, como se trata de uma "alta autoridade" do País, Segovia pode ser alvo de um inquérito para apurar se houve alguma conduta que não condiz com o cargo que ocupa.
"Se houver o ingresso de alguma representação, nós certamente levaremos na reunião na segunda-feira. Se não houver nada até lá, a própria comissão pode discutir o caso e decidir se abre ou não um processo", explicou.
Partidos da oposição estão se organizando para entrar com uma representação contra o diretor da PF na comissão, mas, por conta do feriado do carnaval, isso deve acontecer somente na própria semana. Segundo o líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), a estratégia da oposição vai ser acionar tanto a Comissão de Ética quanto tentar convocar Segovia a dar explicações no Congresso.
"Essa investigação sobre o presidente Michel Temer tem um potencial muito explosivo", disse.
O deputado da Rede, Alessandro Molon (RJ), já anunciou que vai apresentar um convite para ouvir o diretor da PF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), também afirmou que o partido vai entrar com uma representação contra Segovia.