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Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2014 às 20h39.
Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República suspendeu nesta segunda-feira a análise do caso envolvendo familiares de ministros do governo Dilma Rousseff que foram beneficiados pela Petrobras com ingressos para assistir ao GP do Brasil de Fórmula 1.
Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a lista de convidados que serviria para "relacionamento com grandes clientes corporativos" acabou beneficiando o genro da presidente Dilma Rousseff, Rafael Covolo; dois filhos do ministro da Fazenda, Guido Mantega; a irmã, o cunhado e a sobrinha da ministra do Planejamento, Miriam Belchior; e o marido da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti.
Após a denúncia do Estado, a comissão decidiu pedir esclarecimentos aos ministros. De acordo com o presidente da Comissão de Ética, Américo Lacombe, o caso deverá ser retomado na próxima reunião, marcada para 28 de julho.
"Foi uma discussão que resolvemos interromper, porque não chegamos à conclusão nenhuma", afirmou Lacombe, ao ser corrigido por uma secretária que assessora os conselheiros.
Minutos antes, o presidente da comissão havia dito que o caso foi arquivado e até minimizou o episódio.
"Problema da Fórmula 1, não tinha problema nenhum, aqueles problemas da F-1 tinham a ministra Ideli, ela não foi, o marido dela recebeu convite diretamente para ele, de modo que ela não tem nada com isso", comentou.
"O ministro da Fazenda poderia receber (os convites) e ele doou para os filhos, esse foi o problema dele. Grave não é."
Ao dizer que o caso dos ingressos da Petrobras havia sido arquivado, o presidente da Comissão de Ética foi alertado por uma secretária e se corrigiu depois, informando que a comissão ainda apura o episódio.
Apesar da confusão, a fala de Lacombe indica a sua opinião sobre a farra dos convites, servindo como termômetro da decisão que a comissão pode vir a tomar.
A Comissão de Ética também decidiu abrir processo contra Marcelo Fiche, ex-chefe de gabinete de Mantega, acusado de receber dinheiro de uma empresa que prestava serviços ao Ministério da Fazenda.
"Achamos que a notícia era relativamente grave e resolvemos abrir (processo)", justificou Lacombe.