Geddel: Calero acusou o ex-colega de ministério de pressioná-lo para que o Iphan liberasse o empreendimento, no qual Geddel havia comprado um apartamento (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de novembro de 2016 às 18h40.
Última atualização em 21 de novembro de 2016 às 19h10.
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Mauro Menezes, disse na tarde desta segunda-feira, 21, que o conselheiro José Saraiva, que havia pedido vista no processo que investigará o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), mudou de ideia e que o processo foi aberto "por unanimidade".
Segundo Menezes, o conselheiro disse que não queria atrapalhar o processo e "em um gesto de boa vontade" acatou a abertura.
Com o pedido de vista suspenso, o último conselheiro também votou pela abertura do processo. Menezes disse que recebeu uma ligação de Geddel durante a reunião do colegiado e confirmou que o ministro pediu celeridade no caso.
"O ministro Geddel mostrou boa vontade para responder com máxima rapidez à comissão", disse.
Segundo o presidente do colegiado, Geddel já foi informado da decisão e deve ser notificado "agora mesmo". "O ministro terá dez dias para se manifestar perante a comissão", disse Menezes, afirmando que disse a Geddel que ele terá todas as condições para ser ouvido e negou pressão por parte do ministro.
Saraiva foi indicado pelo próprio Geddel para o cargo e tomou posse em setembro deste ano, já na gestão de Michel Temer, mas sua nomeação foi assinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que estava no exercício da Presidência, após pedido do ministro Geddel, que é seu amigo.
Questionado se poderia haver algum tipo de suspeição na conduta de Saraiva, Menezes afirmou que tem "confiança que conselheiros agem com absoluta autonomia". Ele mencionou ainda que o relator do caso será designado até a terça-feira.