Petrobras: colegiado pediu informações sobre participação em superfaturamento de contratos e repasse de propina (Sérgio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2014 às 17h38.
Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu abrir processo investigativo sobre o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato de Souza Duque.
Ele foi preso na última sexta-feira (15), quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
De acordo com nota divulgada hoje (19) pela comissão, o colegiado pediu informações a Duque e à Petrobras sobre sua participação no esquema de superfaturamento de contratos firmados com a estatal e repasse de propina aos partidos.
Renato Duque tem dez dias para se manifestar sobre o processo, fornecendo informações que considere necessárias para que os conselheiros se posicionem. O prazo pode ser prorrogado para garantir ao ex-diretor o direito de ampla defesa.
Na reunião de hoje, também foi pedida cópia do depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa à Justiça Federal em Curitiba. O objetivo da comissão é acessar o conteúdo das declarações de Paulo Roberto.
O processo ético contra ele foi aberto em 28 de julho, quando os conselheiros se reuniram e, pela primeira vez, decidiram solicitar informações sobre o envolvimento do ex-diretor com as denúncias surgidas à época de sua prisão.
A nota inclui pedido à Controladoria Geral da União (CGU) para envio de informações sobre processos administrativos envolvendo executivos da administração pública federal.
A decisão foi tomada após notícia de que a CGU abriu processo punitivo contra a empresa holandesa SBM Offshore.
Conforme o documento, a Comissão "acompanha todos os desdobramentos da Operação Lava Jato".
A nota cita reportagens de jornais com a informação da prisão de Renato Duque e orienta a observância das normas jurídicas que tratam do conflito de interesses no exercício de cargos do Poder Executivo.