Carlos Marun: o presidente da comissão admitiu que a proposta deverá passar por alterações quando for votada no plenário (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de maio de 2017 às 21h48.
Brasília - A comissão especial da reforma da Previdência volta a se reunir nesta terça-feira, 9, para apreciar 11 destaques, sugestões de mudanças no texto-base que são votadas separadamente.
A maior parte dos destaques visa a retirar um trecho do texto, caso em que o governo precisa ter maioria para manter a versão do relatório se houver convocação de votação nominal.
Entre os destaques, há duas propostas para suprimir regras que endurecem a concessão de aposentadoria integral a servidores públicos que ingressaram no funcionalismo até 2003.
Inicialmente, esses servidores teriam acesso ao benefício equivalente ao maior salário da carreira sem nenhum obstáculo a mais, mas o relator decidiu exigir o cumprimento desde já das idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Antes disso, eles receberiam apenas a média de salários.
Os destaques para suprimir a nova exigência partiram das bancadas do PSB e do PDT.
Há ainda destaques para retirar as regras que proíbem isenções previdenciárias daqui para frente, que criam uma contribuição individual para o trabalhador rural familiar e que apontam a Justiça Federal como competência para julgamento de ações que envolvem benefícios concedidos por acidente de trabalho.
A oposição também tenta emplacar emendas para retirar trechos que estabelecem a nova regra de cálculo do benefício, o tempo mínimo de contribuição de 25 anos, novo cálculo do valor das pensões e as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Após a invasão da Câmara dos Deputados por agentes penitenciários, a segurança deve ser reforçada para a retomada da votação amanhã.
Hoje na Esplanada dos Ministérios, onde fica o prédio do Congresso Nacional, já havia alguns pontos de interdição.
A expectativa para amanhã é rejeitar a maioria dos destaques, mas o presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), admitiu que a proposta deverá passar por alterações quando for votada no plenário.
Marun disse acreditar que a votação no plenário da Casa ocorrerá ainda em maio deste ano.
"É possível que algum detalhe seja modificado no plenário. Se existirem modificações são detalhes, são vírgulas", afirmou o peemedebista.