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Comissão da Câmara pode votar parecer sobre regulamentação do hidrogênio verde nesta quarta-feira

Considerado o combustível do futuro, o hidrogênio é utilizado para produzir energia e poder ser obtido de diferentes formas

Unidade piloto de produção de hidrogênio da EDP no Brasil: tudo conspira para o desenvolvimento desse mercado  (EDP/Divulgação)

Unidade piloto de produção de hidrogênio da EDP no Brasil: tudo conspira para o desenvolvimento desse mercado (EDP/Divulgação)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de outubro de 2023 às 06h00.

A Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira, 25, o parecer do relator, o deputado Bacelar (PV-BA), sobre a regulamentação do hidrogênio verde no Brasil. O Marco Legal do Hidrogênio de Baixo Carbono trata de governança, certificação, taxonomia e incentivos para o setor.

Considerado o combustível do futuro, o hidrogênio é utilizado para produzir energia e poder ser obtido de diferentes formas. Ele é considerado estratégico no esforço mundial de redução das emissões de gases poluentes em meio as mudanças climáticas. O hidrogênio verde é gerado por fontes renováveis de energia.

O texto propõe a criação do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixo Carbono (PHBC), que vai incluir o produto na matriz energética brasileira, com o aproveitamento racional da infraestrutura existente e o apoio à pesquisa.

A proposta trata ainda do Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono, batizado de Rehidro. Segundo Bacelar, os incentivos serão proporcionais à quantidade de emissões evitadas, envolve desonerações com despesas de capital (Capex) e operacionais (Opex) e poderão ser usados por empresas e zonas de processamento de exportação (ZPEs). O relator definiu cinco pilares para os incentivos, como:

  • desoneração de Capex para produtores de hidrogênio e atividades acessórias, inclusive geração de energia elétrica;
  • desoneração de Opex para produtoras de hidrogênio;
  • desoneração da Cide-Remessas;
  • incentivos de Imposto de Renda e Contribuição sobre Lucro Líquido;
  • emissão de debêntures incentivadas.

A governança do setor ficará sob responsabilidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As autorizações de produção já existentes serão mantidas. O relator sugeriu também a adoção do chamado sandbox, que seria a possibilidade de flexibilidade regulatória caso novas formas de produção surjam. A ideia é diminuir processos burocráticos.

Certificação do hidrogênio

O texto determina várias ações ao Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), que já existe no âmbito do Executivo. O comitê gestor do programa terá, por exemplo, a competência adicional de definir as diretrizes de certificação do hidrogênio de baixo carbono, com participação de representantes do setor produtivo, da comunidade científica e dos estados. As certificadoras serão credenciadas pela ANP, que deverá exigir transparência na emissão dos certificados de produção de baixo carbono.

A proposta de Bacelar ainda inclui a produção do hidrogênio na lista de prioridades para outorga do uso da água, como já acontece nos casos de água para consumo humano e para matar a sede (dessedentação) dos animais. Porém, proíbe a outorga em regiões com conflito em torno do uso de água.

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