Deputado Gilvan, relator de proposta que desarma segurança do presidente (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Agência de notícias
Publicado em 9 de abril de 2025 às 07h46.
Última atualização em 9 de abril de 2025 às 07h47.
A Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira, 8, um projeto que proíbe o uso de armas de fogo pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de Estado. Elaborada pela oposição, a proposta, vista como uma provocação, teria o propósito "alinhar" a legislação à defesa do desarmamento pelo atual governo.
O projeto tramita em caráter conclusivo, sem a necessidade de passar pelo plenário, e será analisado agora pelas comissões de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça.
Para virar lei, no entanto, depois desses colegiados, ainda teria que tramitar no Senado.
Segundo os autores do texto, os deputados Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Delegado Caveira (PL-PA), o objetivo seria "promover uma cultura de paz, reduzir a violência e buscar soluções não violentas para os desafios de segurança”.
O relator na comissão, deputado Gilvan da Federal (PL-ES), porém, chegou a desejar, durante a sessão, que Lula morra.
"Eu quero mais que o Lula morra, quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu. Não vou dizer que eu vou matar cara, mas eu quero que ele morra, que vá para o quinto dos infernos", disse o deputado ao microfone:
"Nem o diabo quer o Lula, por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que ele tenha uma taquicardia, porque nem o diabo quer a desgraça desse presidente que está afundando o país. Quero mais que ele morra mesmo", afirmou Gilvan.
Durante a sessão, o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) chamou o projeto de "tragicômico".
"O presidente Lula nunca disse que agentes de segurança não podem estar armados. O que nós dizemos é que arma de fogo, para uso estimulado em massa pela população, não é uma boa política de defesa e de proteção", afirmou.
A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou, na noite desta terça, pedido à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), para que ambas instituições "adotem as providências cabíveis, incluindo possível investigação criminal", em razão das declarações de Gilvan.
No despacho, a AGU afirma que as declarações" podem configurar, em tese, os crimes de incitação ao crime".