Árvore caída na Rua Caiçara com Cancioneiro de Evora, em São Paulo, após o temporal desta sexta-feira, 11 (Gabriela Sandoval/Divulgação)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 17h44.
Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 17h46.
O setor de comércio da Grande São Paulo — que abrange 39 municípios, entre eles a capital — perdeu até R$ 98,6 milhões por causa da falta de energia decorrente de uma tempestade na última sexta-feira, 11. A estimativa, feita pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), se baseia no volume movimentado diariamente na cidade de São Paulo e na região metropolitana.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, aponta que é difícil calcular os prejuízos, uma vez que os efeitos do temporal não foram homogêneos na capital. Há, até as 11h30 desta segunda-feira, 462,7 mil pessoas sem energia elétrica, segundo o último boletim do governo do estado de São Paulo disponívelja.
"Mas podemos dizer que o prejuízo se dá, principalmente, por reduções nas compras "imediatas" e "por impulso" dos consumidores", afirma Gamboa.
Na tarde da segunda, 14, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a Enel, concessionária de distribuição de energia elétrica de São Paulo,terá três dias para resolver os problemas de fornecimento de energia na capital e na Grande São Paulo.
Silveira voltou a fazer críticas à empresa, que não deu uma previsão para restabelecimento total da energia em São Paulo. Mais de 72 horas após o forte temporal e ventos recordes que atingiram o estado, mais de 462,7 mil pessoas ainda estão sem luz.
“Quando a Enel disse que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, um grave erro de seu compromisso contratual com a sociedade de São Paulo de dar uma previsão objetiva. Disse para ela que tem os próximos três dias para resolver os problemas de maior volume. Nos próximos três dias, ela tem que restabelecer a parte mais substancial da energia do povo de São Paulo”, afirmou o ministro.
Além do recado à empresa, Silveira criticou o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) e disse que 50% dos eventos de falta de energia na cidade de São Paulo foram causados por queda de árvores.
"Mais de 50% dos eventos foram causados por árvores caindo. Nós estamos levando esse ponto para uma discussão no governo federal. Municípios que não cumprem com sua responsabilidade têm que dar pelo menos a liberdade ao setor de distribuição para cuidar”, disse em entrevista coletiva.
O Procon-SP ampliou o atendimento presencial para os consumidores impactados pela falta de energia elétrica durante o último final de semana. Segundo o governo de São Paulo, no posto localizado na nova sede do órgão, na Liberdade, centro de São Paulo, e nas delegacias conveniadas, não será preciso agendar a visita para registrar uma reclamação relacionada à falta de energia elétrica ou sobre danos em equipamentos eletroeletrônicos.
Além disso, em parceria com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o Procon-SP vai oferecer postos avançados nas estações Tatuapé da CPTM, Sacomã do Metrô e Jabaquara da EMTU, das 9h às 15h, de terça-feira, 15, até sexta-feira, 18.
"O objetivo é atender consumidores que tenham dificuldade para acessar o site do Procon-SP, que continua recebendo reclamações e ampliar a rede de apoio. Para registrar uma reclamação, o consumidor precisa apresentar sua conta de energia", diz em comunicado o órgão.