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Comerciantes do Brás afetados por incêndio em shopping terão linha de crédito de R$100 milhões

Lojistas terão 60 meses para pagar na modalidade de investimento e 36 meses na de capital de giro

tamanho certo da foto do fogo no Shopping 25 do Brás em 30 de outubro de 2024 (Reprodução / X )

tamanho certo da foto do fogo no Shopping 25 do Brás em 30 de outubro de 2024 (Reprodução / X )

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 2 de novembro de 2024 às 11h58.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou uma linha de crédito para os
comerciantes da região do Brás afetados por um incêndio que ocorreu nesta semana. O Shopping Brás 25, localizado na Rua Barão de Ladário, pegou fogo na quarta-feira, 30. No local funcionavam cerca de 200 estabelecimentos comerciais.

O valor disponibilizado será de R$100 milhões de reais por meio da Desenvolve SP, agência de apoio a empreendedores ligada ao governo estadual. A linha de crédito emergencial segue os moldes da que foi disponibilizada para comerciantes afetados pelos apagões que ocorreram em São Paulo.

"São duas linhas de crédito, uma para investimento e outra para capital de giro. São 60 meses para pagar na de investimento e 36 meses na de capital de giro", afirmou o governador durante visita ao local na sexta-feira (1º). A taxa de juros ofertada é a partir de 0,95% ao mês.

Segundo Tarcísio, o valor será disponibilizado também para comerciantes do entorno que foram afetados pelas consequências do incidente, que levou ao fechamento de lojas de um quarteirão inteiro.

O prejuízo ocasionado pelo caso pode chegar a R$ 30 milhões para o comércio da região, segundo a Associação de Lojistas do Brás, a Alobrás. A análise foi feita na quinta-feira (31) pelo presidente da associação, Fauze Yunes. Ele afirma que somente no quarteirão do shopping, cerca de 220 lojas de rua ficaram fechadas, o que causou um prejuízo de até R$ 2 milhões para os lojistas.

— No bairro inteiro, (estimamos) um prejuízo entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões, por conta da repercussão negativa e da dificuldade de acesso — disse Yunes.

Imagens do Corpo de Bombeiros mostraram que o shopping ficou praticamente destruído após o fogo. A corporação liberou o local para o proprietário na manhã deste sábado (2). Mais de 150 bombeiros e 29 caminhões atuaram no combate das chamas, que demoraram 15 horas para serem controladas. O espaço estava com auto de vistoria dos Bombeiros vencido desde agosto.

O prédio do shopping 25 Brás pertence ao empresário Law Kin Chong, uma figura controversa da região e conhecido como o “rei do contrabando” no Brasil. Chong, de 63 anos, é natural da China e possui um vasto patrimônio, além de um histórico de prisões pela Polícia Federal e investigações por lavagem de dinheiro.

Ele também é proprietário de outro centro comercial na mesma rua, que opera de forma irregular, é alvo de um pedido de demolição pela prefeitura e acumula dívidas de IPTU.

Na altura do número 226 da mesma rua Barão de Ladário, funciona atualmente o Shopping Stunt, em um edifício comercial cuja construção, conforme relata a prefeitura em processo no Tribunal de Justiça de São Paulo, prosseguiu apesar de ordens municipais para paralisação das obras.

A ação, que tramita desde 2021, relata que o endereço de cinco andares onde funcionam diversas lojas foi erguido descumprindo alvará de reforma concedido pela prefeitura. Os donos do local aprovaram um projeto anterior para o prédio, por volta de 2016.

Depois, pediram uma ampliação que foi negada pela subprefeitura da Mooca, em 2018. "A obra colocaria em risco a integridade física de futuros ocupantes do imóvel, inclusive dos vizinhos e transeuntes", escreveu o juiz responsável pelo caso, Adriano Marcos Laroca.

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