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Comerciantes da Ceagesp avaliam prejuízos após enchente

“Todo ano é assim” reclamou vendedor de uma loja de frutas; limpeza deve ser concluída até amanhã caso não ocorra mais chuvas

Enchentes são comunos no Ceagesp (Fernando Moraes/Veja SP)

Enchentes são comunos no Ceagesp (Fernando Moraes/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 17h25.

São Paulo – A forte chuva que atingiu a cidade na noite de ontem (10) causou o transbordamento do Rio Pinheiros, que inundou parte da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Nesta tarde, comerciantes de frutas e verduras que trabalham no local avaliavam os prejuízos causados pelo temporal.

Em meio à lama e aos restos de comida espalhados pelo maior centro de distribuição de alimentos da América Latina, o clima era de desolação. Já acostumados com as frequentes cheias no local, os trabalhadores se esforçavam para limpar seus estandes e voltar às vendas, mesmo sabendo que as enchentes podem voltar a qualquer nova chuva.

“Todo ano é assim”, diz Marcos Caires, dono de uma loja de frutas. “Esta enchente é a primeira do ano. Não se sabe quando virá a próxima.”

Só em melão, uva e melancia, Caires estima que perdeu de R$ 60 mil a R$ 80 mil com a chuva de ontem. A quantidade de frutas perdidas corresponde a 20% do estoque que ele mantinha no Ceagesp.

A situação de Caires é a mesma de grande parte dos comerciantes. Um balanço divulgado às 16h pelo Ceagesp informa que 20% das melancias estocadas no local foram perdidas. A área onde ficam as melancias foi a mais atingida – perderam-se 40 toneladas da fruta.

Para o comerciante Luiz Jacinto da Silva, a perda foi proporcionalmente maior. Dos cerca de 3 mil abacaxis que ele tinha em estoque, mil foram atingidos pela enchente e jogados fora - 33% do total. “A água subiu cerca de meio metro. Eu estava em casa dormindo. Quando acordei, ouvi a notícia da enchente no rádio e soube que teria prejuízo. Já virou rotina.”

Mesmo os que não perderam mercadorias reclamavam da enchente. Geraldo de Almeida, que vende hortaliças, afirmou que, por causa das notícias da cheia, os fornecedores não entregaram hoje de manhã o que ele havia pedido.

“O pessoal soube que o Ceagesp inundou e não colheu os produtos que vendemos. Com falta de mercadoria, o preço subiu e o consumidor é que acabou pagando mais”, disse ele.

Segundo Almeida, nesta terça-feira, uma caixa de alface, que é vendida geralmente por R$ 10, chegou a custar R$ 20. A caixa de couve-flor passou de R$ 15 subiu para R$ 25.

Os comerciantes esperam que as vendas voltem ao normal amanhã (12). Até lá, se não houver mais cheias, a limpeza do Ceagesp e a retirada das frutas atingidas pela enchente deve estar concluída.

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