Brasil

Começa beija-mão a aliados de Bolsonaro que pregam nova via

O pequeno núcleo político, não mais que seis parlamentares que acompanham o militar há anos, tem feito reuniões para viabilizar possível gestão do político

Bolsonaro: Eduardo Bolsonaro é enfático ao dizer que um dos objetivos do eventual novo governo será criar mecanismos para o futuro (Câmara dos Deputados/Divulgação)

Bolsonaro: Eduardo Bolsonaro é enfático ao dizer que um dos objetivos do eventual novo governo será criar mecanismos para o futuro (Câmara dos Deputados/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 17h45.

Enquanto o candidato Jair Bolsonaro (PSL) está em campanha contra Fernando Haddad (PT) pelo segundo turno das eleições, em Brasília o eventual governo do capitão da reserva começa a ser desenhado nos corredores da Câmara dos Deputados.

O pequeno núcleo político, não mais que seis parlamentares que acompanham o militar há anos, tem feito reuniões para viabilizar uma gestão Bolsonaro.

A Bloomberg entrevistou três dos deputados mais próximos ao candidato: Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Delegado Waldir (PSL-GO) e o filho de Jair, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), eleito como o parlamentar mais votado da história.

Apontado como o possível chefe da Casa Civil, Lorenzoni já começou a receber dezenas de visitas e ligações de políticos que perceberam que o balança do poder pendeu para o seu lado.

Durante a conversa do deputado com a Bloomberg, ele recebeu vários parlamentares no gabinete e telefonemas de possíveis aliados: entre eles o ex-ministro Bruno Araújo (PSDB), o ministro Gilberto Kassab (PSD) e o deputado Heráclito Fortes (DEM). Ao deixar o encontro, Lorenzoni seguiu para uma reunião com o presidente do seu partido, Antônio Carlos Magalhães Neto.

O possível chefe da Casa Civil tem pronto o desenho do governo. A unificação do ministério do Planejamento e da Fazenda, assim como o da Agricultura e do Meio Ambiente, já são dados como certo. Mas ele se esquiva de detalhes dizendo que “ninguém sentará na cadeira antes do resultado do 2º turno”.

Um dos quatro deputados que votou a favor de Bolsonaro quando o capitão da reserva concorreu à Presidência da Câmara, em 2017, delegado Waldir se orgulha de fazer parte deste grupo e reafirma que um governo do PSL não vai trocar votos por cargos. Eles se definem como “liberais do ponto de vista econômico e conservadores nos costumes”.

A explicação de Waldir para a onda que levou Bolsonaro ao 2º turno é a de que os caciques menosprezaram o sentimento de revolta das pessoas com a política. “Esta foi a primeira eleição após a Lava-Jato e com o uso efetivo das redes sociais.”

“Todas as teses dos grandes analistas políticos foram para o chão. Não conhecem o povo brasileiro. Quebramos os partidos”, disse o delegado, que agora faz parte da segunda maior bancada da Câmara, com 52 integrantes. Tanto ele quanto Lorenzoni garantem que não negociarão cargos no governo com os partidos.

“Ninguém vai levar diretoria de estatal para apoiar Bolsonaro. Não tem toma lá, dá cá”, afirmou o deputado gaúcho. “Acabou a teta, não tem negociata. A escolha para cargos vai ser do presidente”, reforçou o delegado.

O filho do meio do candidato à Presidência, Eduardo Bolsonaro, é enfático ao dizer que um dos objetivos do eventual novo governo será criar mecanismos para o futuro. “Meu sonho é fazer uma reforma constitucional que, se amanhã voltar Lula, ele não consiga arrebentar com o Estado de novo”, disse.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEleições 2018GovernoJair Bolsonaro

Mais de Brasil

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados