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Com verbas restritas, universidades federais ameaçam parar no 2º semestre

Com bloqueio de verbas, universidades federais fazem cortes em bolsas e manutenção do campus para evitar paralisação

Educação: "A formação é um conjunto de oportunidades que os estudantes têm", aponta Tessler (Nacho Doce/Reuters)

Educação: "A formação é um conjunto de oportunidades que os estudantes têm", aponta Tessler (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de julho de 2019 às 12h03.

Última atualização em 15 de julho de 2019 às 14h54.

São Paulo e Florianópolis — Com verbas restritas, parte das universidades federais prevê suspender atividades. A Universidade Federal da Bahia (UFBA), que tem R$ 48 milhões bloqueados, está funcionando em horário especial, neste mês, para economizar água e energia.

A instituição suspendeu, ainda, 300 bolsas de monitoria, de R$ 400, que seriam pagas a alunos no segundo semestre, e reduziu a limpeza de áreas externas.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também prevê suspensão das atividades caso não ocorra desbloqueio. Audiências públicas serão realizadas pela universidade em agosto para informar estudantes e professores sobre o impacto dos cortes.

O bloqueio para atividades de manutenção da universidade, como água, luz e segurança, foi de aproximadamente 34,5%. Na Federal do ABC, os bloqueios deverão "comprometer fortemente" o funcionamento em 2020. A UFABC teve 30% dos valores bloqueados (R$ 15,4 milhões para custeio e R$ 6,9 milhões para investimento).

Na Universidade Federal do Acre (Ufac), que teve R$ 13,1 milhões bloqueados, 75 das 278 bolsas de iniciação científica foram cortadas e os editais para bolsas de extensão e estágio, suspensos. A Ufac prevê fechar o restaurante universitário. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a obstrução orçamentária foi de R$ 114 milhões.

A universidade informou que fará contato com o MEC para que "não apenas tenha condições de funcionar, mas permaneça na posição de liderança na educação superior brasileira".

Já a Federal do Amazonas (Ufam), que informa bloqueio de R$ 38 milhões, prevê pagar terceirizados e fornecedores só até este mês. Também afetada pelo bloqueio, a Federal de Goiás (UFG) disse que estratégias como o corte de ar-condicionado são para prorrogar atividades. Segundo a reitoria, novas medidas de racionamento estão sendo implementadas.

A Federal de Santa Catarina (UFSC) informou que houve redução de verbas de custeio em 35%. "Estamos propondo uma revisão de contratos com as empresas terceirizadas", disse Áureo de Moraes, chefe de gabinete da reitoria.

A Federal do Paraná (UFPR) informou que restrições não afetam apenas as bolsas de mobilidade, mas todos os benefícios de graduação — de iniciação científica ou extensão. Editais de mobilidade acadêmica para 2020 também dependem de condição orçamentária, segundo a reitoria. Eventos como o festival de inverno foram encurtados e a universidade recorre a patrocínios externos.

Prejuízos

Especialista em ensino superior, o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Leandro Tessler vê com preocupação o cenário.

"O que faz a diferença entre uma boa universidade e uma medíocre é que, nas boas, os estudantes têm a oportunidade de aprender muito além da sala de aula, com intercâmbio, iniciação científica", diz. "A formação é um conjunto de oportunidades que os estudantes têm." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Faculdades e universidadesMEC – Ministério da Educação

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