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Com vacina quase pronta, Rússia procura governo de SP para testes

De acordo com presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, são necessários mais dados sobre vacina russa, que o pais afirma estar praticamente pronta

Pessoas de máscaras no metrô de SP: (Rodrigo Paiva/Getty Images)

Pessoas de máscaras no metrô de SP: (Rodrigo Paiva/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de julho de 2020 às 15h08.

Última atualização em 29 de julho de 2020 às 15h18.

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que é "muito prematuro" para dizer se o Governo de São Paulo avalia uma possível associação com o governo da Rússia para a produção da vacina contra o novo coronavírus em desenvolvimento pelo Instituto Gamaleya, organização estatal em Moscou. Segundo Covas a vacina, que foi prometida até agosto, "não está em fase final de desenvolvimento".

De acordo com o presidente do Butantan, o instituto foi procurado por emissários do governo russo acerca da possibilidade de associação para a produção da vacina moscovita.

"Em um primeiro momento, dissemos: 'Até podemos avaliar porque é uma tecnologia diferente, que nós não conhecemos'. Precisamos ter mais dados técnicos para fazer essa avaliação, e de dados mais concretos com relação aos estudos que já foram feitos", disse Covas durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Segundo Covas, ainda não houve um retorno dos estudos realizados até o momento.

De acordo com a rede internacional CNN, o país tem o objetivo de aplicar a vacina em profissionais de saúde já no mês de agosto, o que tem levantado questionamentos na comunidade científica internacional sobre a efetividade e veracidade da vacina.  Especialistas em saúde pública seguem prevendo as vacinas para meados de 2021.

A vacina russa é baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá nome ao coronavírus. É por meio dessa espícula de proteína que o vírus se prende às células humanas e injeta seu material genético para se replicar até causar a apoptose, a morte celular, e, então, partir para a próxima vítima.

Os Estados Unidos contam com projetos em fase avançada de testes, como o da Moderna e o da Pfizer, que estão na fase 3, que envolve testes em humanos. Esses projetos já tiveram a segurança e a existência de resposta imune comprovadas.

O projeto da vacina russa não parece ter passado pelas mesmas etapas que os americanos, apesar de também estar em fase final de avaliação.

De acordo com a Bloomberg, o instituto russo não publicou os resultados do estudo de sua vacina, que envolveu cerca de 40 pessoas, e mesmo assim iniciou a próxima etapa de avalição do projeto.

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