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Com quórum esvaziado, CPI ouve ex-diretor da Petrobras

Aos senadores, Nestor Cerveró negou que tenha iniciado as conduções pela compra da refinaria de Pasadena


	CPI da Petrobras no Senado: "as negociações não são iniciadas pela diretoria. Essas negociações se iniciam através dos técnicos especializados", disse Cerveró
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

CPI da Petrobras no Senado: "as negociações não são iniciadas pela diretoria. Essas negociações se iniciam através dos técnicos especializados", disse Cerveró (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 13h23.

Brasília - Com a presença de apenas três dos 13 titulares - nenhum de oposição, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga irregularidades na Petrobras ouve neste momento o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.

Acusado de ser o responsável por omitir cláusulas importantes do documento que orientou a aquisição da Refinaria de Pasadena (EUA) que gerou prejuízo à estatal, esta é segunda vez que Cerveró vai ao Congresso para falar sobre a operação.

Aos senadores, Cerveró negou que tenha iniciado as conduções pela compra da refinaria de Pasadena. "As negociações não são iniciadas pela diretoria. Essas negociações se iniciam através dos técnicos especializados", disse.

“Ela [a compra da refinaria] tinha vantagens de localização; de capacidade, que era mais adequada para objetivo [da Petrobras]; pela possibilidade de ampliação da [capacidade da] refinaria; e também pelo preço”.

Segundo o ex-diretor da estastal, Pasadena “é bem localizada pelo acesso que tem a tubulações, em um complexo que tem sete refinarias dividindo o custo da infraestrutura.

Cerveró argumentou que o valor pago pela refinaria foi menor do que o divulgado na mídia e que, no contrato, havia um dispositivo tornando o negócio ainda mais interessante por prever que 70% do petróleo a ser processado teriam de vir da Petrobras.

“Esses 70% correspondem a 70 mil barris por dia e correspondia ao que queríamos processar nessa refinaria”, disse.

“Quando se fala em US$ 1,2 bilhões [como o valor total pago pela refinaria], está englobado o valor da refinaria, da comercializadora e dos custo das garantias operacionais e jurídicos embutidos. A refinaria custou na verdade US$ 550 milhões de dólares e processa 100 mil barris por dia a um custo unitário de US$ 5 mil por barril. Na época, em outras refinarias, esse custo estava por volta de US$ 9,5 mil”, explicou.

Além disso, acrescentou Cerveró, há 40 anos não se constrói refinaria nos EUA. “Isso porque é melhor comprar uma e adaptá-la. No Brasil, idade média das refinarias também é 40 anos. Todas projetadas para processar unicamente petróleo leve. Por isso fizemos esse levante, com o objetivo de processar petróleo pesado em Pasadena”, disse.

Em abril, ao participar de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o executivo disse que a compra da Refinaria de Pasadena não foi um mau negócio e que o empreendimento no Texas perdeu valor quando a estatal redefiniu prioridades e concentrou os investimentos na exploração do pré-sal.

“Estamos fazendo análise posterior a uma série de eventos que modificam o cenário”, justificou.

Segundo o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a CPI da Petrobras do Senado deve aprovar, ainda nesta quinta-feira (22), requerimentos de convocação de novos depoimentos, entre eles a do ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Costa é investigado por desvio de recursos e lavagem de dinheiro, em associação com o doleiro Alberto Youssef.

A CPI da Petrobras recebeu, na última terça-feira (20), o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli.

Na oportunidade, ele disse que, como a decisão pela compra da refinaria foi tomada de forma colegiada pelo Conselho de Administração da Petrobras, não se pode responsabilizar a presidenta Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e presidente do conselho, pelo negócio.

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