Projeto de reforma do Hotel Glória Palace, comprado pelo grupo REX de Eike Batista (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 15h07.
Rio de Janeiro - Inaugurado em 1922, o tradicional Hotel Glória, na região central do Rio, foi comprado em 2008 pelo empresário Eike Batista, que agora colocou à venda parte do negócio.
A REX, braço imobiliário do grupo de Eike, informou que a empresa está em adiantada negociação com a bandeira hoteleira que entrará como sócia e deverá realizar adaptações no projeto. Uma grande reforma teve seu pico em 2010, mas depois o ritmo caiu e a obra atrasou.
Segundo o cronograma oficial, o início das operações do hotel estava previsto para o primeiro semestre de 2014. Eike recebeu financiamento para a obra de R$ 190 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do programa ProCopa Turismo. No entanto, é improvável que a reforma, nos moldes em que foi anunciada, seja concluída até o início da Copa do Mundo.
A preocupação é grande em relação a um patrimônio da cidade. Espero que, com a venda, o ritmo de obras seja retomado, disse a diretora cultural do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Cêça Guimaraens.
O Hotel Glória não é tombado, mas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanha as obras por causa da proximidade com a Igreja da Glória. O retrofit na parte interna do hotel é violento, mas a equipe que cuida da restauração da fachada é séria, acrescentou a arquiteta.
Eike também adquiriu um antigo prédio na esquina do Morro da Viúva, na orla do Flamengo, para transformá-lo em hotel de luxo, com 454 quartos, áreas de lazer, lojas, restaurantes, piscina e novos andares de garagem.
Além dos dois hotéis, o empresário apresentou ao Iphan um polêmico projeto de revitalização da Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, tombado em 1965, que prevê centro de convenções, novas lojas e 600 vagas de estacionamento. Com os três projetos, ele pretendia criar um triângulo empresarial na região.
O prédio do Hotel Glória foi projetado pelo francês Joseph Gire, também responsável pelo Copacabana Palace e pelo Palácio Laranjeiras, uma das sedes do Governo do Estado. Após a reforma, o nome mudaria para Gloria Palace Hotel.
O projeto do primeiro cinco estrelas do País foi encomendado pelo então presidente da República, Epitácio Pessoa, por causa do centenário da Independência do Brasil. Na época, a sede do governo federal ficava no Palácio do Catete, a 1,5 quilômetro do hotel.