Lula: "se for na tese do PT (de prender Cunha primeiro), o caminho está aberto e as portas de Curitiba estão abertas para Lula", alfinetou (Fernando Donasci / Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de outubro de 2016 às 16h29.
Brasília - O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), considerou uma "surpresa" a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antes mesmo de prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro.
O parlamentar disse que, com a prisão do peemedebista, o próximo poderá ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Se for na tese do PT (de prender Cunha primeiro), o caminho está aberto e as portas de Curitiba estão abertas para Lula", alfinetou.
Aliado do governo, Pauderney ressaltou que Cunha tinha relações com vários parlamentares de diversas legendas e que sua prisão mostra que ninguém está "imune" à lei.
O líder do DEM disse não saber se uma possível delação premiada pode atingir o governo, mas destacou que a prisão em si não deve trazer prejuízo à pauta de votações do governo.
"Não creio que sob esse aspecto vai prejudicar, a Casa vai continuar funcionando. Agora que cria um estresse, cria", reconheceu.
Na oposição, o líder do PCdoB, Daniel Almeida (BA), foi um dos primeiros a vir à público dizer que Cunha cometeu diversos crimes, desde chantagem a violação do regimento interno da Câmara.
"Ele tem um rosário de crimes que cometeu durante o longo período de atividade parlamentar, intensificando esses crimes nos últimos tempos", enfatizou.
O deputado disse esperar que a prisão "sirva de bom exemplo" e detenha suas ações mesmo fora do mandato, já que se trata de uma pessoa "que tem um grau de periculosidade reconhecido".
"No caso dele, é uma prisão aguardada durante bastante tempo".