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Com intervenção, reforma pode ficar para próximo governo

Henrique Meirelles disse que reforma está "suspensa", mas não "sepultada". "Quanto mais tempo passar para fazer a reforma, mais dura a mudança terá de ser"

Intervenção no RJ: o foco da intervenção federal no Estado é administrativo e a segurança pública fluminense passou a ser comandada por um general do Exército (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Intervenção no RJ: o foco da intervenção federal no Estado é administrativo e a segurança pública fluminense passou a ser comandada por um general do Exército (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 13h53.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 21, que, se a intervenção federal no Rio de Janeiro durar até dezembro, a reforma da Previdência vai ficar para o próximo governo. Ele ressaltou que a reforma está "suspensa", mas não "sepultada". "Quanto mais tempo passar para fazer a reforma, mais dura a mudança terá de ser", disse o ministro em entrevista à radio Bandeirantes.

Questionado se o governo planeja dar mais recursos às Forças Armadas para lidar com a criminalidade no Rio, Meirelles ressaltou que o foco da intervenção federal no Estado é administrativo e que a segurança pública fluminense passou a ser comandada por um general do Exército. As despesas, incluindo a das polícias, vão continuar sendo pagas pelo Estado do Rio, segundo destacou o ministro.

Meirelles ressaltou que não há pedido de aporte extraordinário para as Forças Armadas, mas os desembolsos continuam para ajudar a aliviar a situação fiscal do Rio. "Se houver necessidade de tropas federais que gerem despesas extras, eles vão fazer suas contas, seus cálculos. No momento, não há pedido nesse sentido."

O Orçamento está sujeito ao teto de gastos e, caso precise de recursos para uma intervenção maior no Rio, Meirelles disse que será preciso realocar recursos de outras áreas do governo. O ministro ressaltou que esta semana o governo vai aprovar um empréstimo de R$ 1 bilhão para o Rio, lastreado em royalties do petróleo.

IBC-Br e inflação

Ainda na entrevista, o titular da Fazenda ressaltou que o IBC-Br, espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB) calculada pelo Banco Central, cresceu fortemente em dezembro. Também ressaltou que a inflação está comportada e abaixo da meta e que o índice de preços medido pelo INPC, que mostra as variações para as classes de renda mais baixa, está num dos menores patamares da história. "Tudo isso faz com que haja maior poder de compra."

Meirelles ressaltou que o mercado tem revisado para baixo a previsão sobre os preços em 2018 e que inflação zero é algo que nenhum banco central quer. Sobre a elevação dos preços dos combustíveis e do gás, o ministro disse que os valores estão subindo, mas que o importante é o conjunto de preços. "O gás subiu, mas outros preços caíram, como o dos alimentos. Ninguém gasta 100% do salário só com gás. O importante é o conjunto das compras."

No final da entrevista, Meirelles alertou os ouvintes sobre o uso indevido do cartão de crédito. "É preciso que a população entenda que não se usa cartão como forma recorrente para se financiar." O ministro ressaltou que o juro do crédito rotativo é sempre maior do que outras taxas.

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