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Com elefante branco como símbolo, PF ameaça parar na Copa

Profissionais participaram de manifestação por melhores condições de trabalho, reestruturação das carreiras e modernização dos inquéritos policiais


	Policiais federais azem manifestação: a categoria ameaça fazer greve durante a Copa do Mundo, em junho, se as reivindicações não forem atendidas pelo governo federal (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Policiais federais azem manifestação: a categoria ameaça fazer greve durante a Copa do Mundo, em junho, se as reivindicações não forem atendidas pelo governo federal (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 15h03.

Rio de Janeiro - Um grande elefante branco inflável é mais uma vez o símbolo de protestos de Policiais Federais, no Rio de Janeiro. Em frente à sede da instituição, na Praça Mauá, dezenas de profissionais participaram de manifestação hoje (11) por melhores condições de trabalho, reestruturação das carreiras e modernização dos inquéritos policiais.

A categoria ameaça fazer greve durante a Copa do Mundo, em junho, se as reivindicações não forem atendidas pelo governo federal.

No Rio, na terceira maior unidade da PF no país, a expectativa é que os 1,3 mil funcionários participem da paralisação nacional que se estenderá até quinta-feira (13), segundo o Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal do Rio.

O presidente André Vaz de Mello, relata que os servidores estão sem perspectivas na carreira e se sentindo desvalorizados.

“Estamos há anos chamando atenção, sem atrapalhar a população e gerar caos. Mas se o governo federal continuar dessa maneira, sem trazer nenhuma novidade, no zero a zero, vamos parar na Copa”, anunciou Vaz de Mello.

Na avaliação dele, a pararalisação das atividades durante a Copa traria mais visibilidade à categoria, assim como o movimento dos garis no Rio, que organizou uma greve para o período do carnaval. “Os garis escolheram o momento certo para chamar atenção”, disse.

De acordo com o presidente do sindicato dos servidores da Polícia Federal, a desvalorização da categoria, além do adoecimento dos profissionais, tem provocado abandono da carreira e pode deixar a população vulnerável, inclusive a ações de terrorismo. “Não há um cultura de terrosismo no país, mas com esses grandes evento, sempre é uma possibilidade”, disse Vaz, em referência à Copa e às Olimpíadas. Segundo ele, cerca de 250 policiais deixam a carreira por ano.

Durante o protesto de hoje, agentes, escrivães e papiloscopistas também defenderam a modernização dos inquéritos policiais, que classificaram como burocráticos e obsoletos, tal qual um elefante branco entre a população e o acesso à Justiça: “Praticamente 96% dos inquéritos policiais, falando francamente, não dão em nada”. Segundo Vaz, perde-se tempo com prazos e com depoimentos, que podem ser alterados no curso do processo judicial.

A reestruturação da segurança pública, com a unificação e desmilitarização das polícias, também está entre as reivindicações dos policiais. Projeto com essas mudanças tramita no Congresso Nacional por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51/2013, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Um dos articuladores da proposta, que conta com apoio da corporação, é o antropólogo e um dos maiores especialista em segurança pública no país, Luiz Eduardo Soares.

Procurados pela Agência Brasil, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal não comentaram a paralisação da categoria nem a ameaça de fazer uma nova greve durante a Copa.

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