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Com coronavírus, redes de ensino enfrentam paralisação e aulas remotas

Além das aulas paralisadas, redes de ensino de São Paulo e Rio de Janeiro já aprovaram a contabilização das aulas online no ano letivo

Crianças usam eletrônicos no Rio: coronavírus deve forçar gigantesca experiência de aulas remotas no Brasil (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Crianças usam eletrônicos no Rio: coronavírus deve forçar gigantesca experiência de aulas remotas no Brasil (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2020 às 06h13.

Última atualização em 19 de março de 2020 às 10h45.

Mais redes estaduais de ensino paralisam suas aulas nos próximos dias. As aulas da rede pública de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul estão suspensas a partir desta quinta-feira, 19. A regra vale por 30 dias, com possibilidade — e grande chance — de prorrogação. No Paraná, a partir de sexta-feira, 20, as aulas ficam suspensas por tempo indeterminado. Juntos, os três estados do Sul contabilizavam 42 das 428 confirmações de contaminação por coronavírus no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

Com a paralisação no Sul, o cancelamento da rede pública estadual já foi decretado em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

A recomendação dos governos estaduais também tem sido adotada pelas escolas municipais e pelas particulares. Ao todo, são mais de 48 milhões de alunos na rede básica e outros 6 milhões no ensino superior presencial, de acordo com dados do Inep, que terão suas rotinas alteradas (outros cerca de 7 milhões de alunos superior já estudavam nos cursos online).

Para tentar amenizar os atrasos nos calendários, o Ministério da Educação autorizou o uso de ferramentas a distância. As plataformas devem ser utilizadas em sua grande maioria pela rede privada de ensino, que há tempos se prepara para ter mais tecnologia dentro das salas de aula físicas. Um dos maiores casos de aulas remotas para adolescentes deve vir da Somos Educação, que pertence ao grupo Cogna (ex-Kroton), o maior da área de educação no país.

A Somos irá colocar cerca de 1,3 milhão de crianças do ensino básico em aulas remotas a partir da próxima segunda-feira, 23. Uma série de redes privadas menores também vem anunciando que vai lançar mão deste recurso.

As ferramentas de aula a distância tendem a começar a ser usadas mesmo nas redes públicas, com o temor de que haja uma quarentena mais longa no Brasil, como vem acontecendo na Europa.

Em São Paulo e Rio, os estados mais afetados e que já estão com aulas paradas nesta semana, o uso de aulas a distância para os mais jovens já será uma realidade. O Conselho Estadual de Educação em São Paulo liberou em reunião na quarta-feira que aulas online sejam contabilizadas para o ano letivo, de modo a minimizar os atrasos no calendário.

No Rio, uma parceria firmada com o Google vai possibilitar aulas online para alunos da rede básica — caso as escolas fiquem paradas por mais de três meses, as aulas não serão repostas e será o conteúdo a distância que terá valido para o ano letivo. São Paulo tem 240 casos confirmados de coronavírus, e o Rio, 45.

Outra das possibilidade deve ser adiantar as férias dos alunos para evitar que o ano escolar seja perdido. Mas à medida que a crise do coronavírus se prolonga, há riscos de parte do calendário escolar de 2020 acabar sendo empurrado para o ano seguinte. Em ano de eleições municipais, tudo o que os políticos não gostariam de ver é um contingente de milhões de estudantes em casa, à espera da hora de voltar para a escola.

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