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Com Campos na mira, PT pode negociar cabeça de chapa em 2018

PT poderia apoiar Campos para a Presidência em 2018, após a presidente Dilma Rousseff encerrar seu segundo mandato


	Eduardo Campos, governador reeleito de Pernambuco pelo PSB: o partido elegeu mais de 440 prefeitos nas eleições deste ano
 (Marcelo Jorge Loureiro/Contigo)

Eduardo Campos, governador reeleito de Pernambuco pelo PSB: o partido elegeu mais de 440 prefeitos nas eleições deste ano (Marcelo Jorge Loureiro/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 17h57.

Brasília - A perspectiva de ter o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), como adversário na disputa pela Presidência em 2014 já faz com que petistas pensem num acordo em que o PT abriria mão de encabeçar a chapa em 2018, privilegiando Campos, disse um membro da cúpula do PT.

O nome de Campos para a disputa presidencial ganhou força após as eleições municipais deste ano, quando o PSB, partido que ele preside, elegeu mais de 440 prefeitos e chegou ao comando de cinco capitais.

"Acho que vamos ter que fazer uma negociação forte com o PSB sobre as perspectivas de se manter dentro da (atual) aliança", disse o petista sob condição de anonimato.

Essa negociação, segundo a fonte, envolveria o apoio do PT a Campos para a Presidência em 2018, quando a presidente Dilma Rousseff completaria seu segundo mandato, se reeleita em 2014.

"Eu acho que a gente deveria caminhar na perspectiva de que o PT, dando continuidade ao nosso projeto (de governo), abriria mão da cabeça de chapa em 2018. Uma das alternativas seria o Eduardo Campos", disse a fonte.


O petista argumentou ainda que o PT deve deixar o poder e se renovar pelo seu próprio bem. "Não é saudável ficar tanto tempo no poder", afirmou. O partido ocupa a Presidência desde 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu seu primeiro mandato.

Na atual configuração da aliança governista, o PMDB é o principal aliado no Congresso e ocupa a vice-presidência. O PSB, um parceiro histórico do PT, mas com bancadas no Congresso bem menores do que as peemedebistas.

A ideia do petista, porém, não animou os socialistas ouvidos pela Reuters. Um parlamentar do PSB, que comentou a possibilidade sob condição de anonimato, disse que isso nunca aconteceria porque historicamente o PT não tem tradição de abrir mão de disputas em favor dos aliados.

"Só se a gente acreditasse em Papai Noel", disse o socialista à Reuters.

Campos tem evitado falar de uma candidatura à Presidência publicamente, mas internamente, segundo outra fonte do PSB, já disse a aliados que pode até mesmo deixar o governo de Pernambuco no final de 2013 para tentar viabilizar seu projeto pessoal.


Essa fonte do partido, que também pediu para não ter seu nome revelado, avalia que há boas perspectivas eleitorais para que a legenda tenha um candidato à Presidência em 2014, mesmo que seja para sair derrotado do pleito.

"Isso já daria mais visibilidade a Campos e aumentaria o cacife do PSB", argumentou.

Uma disputa entre Dilma, Campos e um candidato da oposição, que deve ser o senador Aécio Neves (PSDB-MG), é um cenário que preocupa o PT.

"Para nós isso seria grave. Não é um quadro positivo", disse o petista. Na avaliação dele, quem deveria comandar o acordo com o PSB é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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