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Com 5G engatinhando no Brasil, vale a pena comprar o iPhone 12?

Implantação plena da nova tecnologia no país depende do leilão de frequência da Anatel, que deve acontecer apenas em maio de 2021

iPhone 12 mini é a menor e mais barata aposta da Apple para 2020 (Apple/Reprodução)

iPhone 12 mini é a menor e mais barata aposta da Apple para 2020 (Apple/Reprodução)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 17h36.

Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 17h43.

Lançado na tarde desta terça-feira, 13, o iPhone 12 é o primeiro aparelho da Apple equipado com 5G, tecnologia que deixará a internet de seu celular até 10 vezes mais rápida e permitirá que até a geladeira de sua casa use a internet para conversar com seu telefone em tempo real.

Outros aparelhos concorrentes, como o Samsung Galaxy Note 20 e o Motorola Edge+, também já estão prontos para o 5G. Mas e o Brasil, já está pronto para essa internet do futuro?

A resposta objetiva é: quase, mas ainda não. Isso porque o primeiro passo para tornar essa tecnologia uma realidade no país é a realização do leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que irá definir quais operadoras prestarão o serviço e em quais frequências — o que não aconteceu ainda. Em setembro, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, prometeu que esse leilão deve acontecer "com certeza entre abril e maio de 2021".

Agora, vale investir os 799 dólares no novo iPhone 12 ou adquirir qualquer outro aparelho com suporte ao 5G? Hoje, já é possível ter um aperitivo da tecnologia no Brasil: por ora, é possível experimentar a megavelocidade dessa "nova internet" em alguns poucos bairros dos grandes centros onde as operadoras já emulam a tecnologia usando a infraestrutura existente do 4G — com a qual os novos iPhones lançados hoje já são compatíveis.

"Existe um ganho de velocidade em relação ao 4G, mas é uma experiência limitada quando comparada a todas as funcionalidades que o 5G pode oferecer", explica Gustavo Dias, diretor do Parque Tecnológico de Brasília, que abriga o primeiro laboratório permanente do 5G no Brasil. "O grande diferencial do 5G são essas funcionalidades proporcionadas pelos ganhos de latência, que só virão mesmo após o leilão da Anatel e da implantação da infraestrutura própria da nova tecnologia."

Latência é o tempo (em milissegundos) que um dispositivo leva para conversar com o outro. Com o 5G, essa comunicação será praticamente instantânea, permitindo, por exemplo, que carros autônomos e cirurgias sejam conduzidos à distancia com precisão e segurança.

Apesar de estarem adiantadas, as operadoras também devem levar um tempo após o leilão para instalar a infraestrutura do 5G. Por isso, para ter a experiência do 5G "de verdade" no Brasil, só no segundo semestre de 2021 — ou viajando para países onde essa rede já existe, como Estados Unidos, China ou Coreia do Sul.

Investir em um smartphone 5G antes do leilão da Anatel também pode ser arriscado por causa de possíveis diferenças nas frequências utilizadas em outros países e no Brasil — o que pode fazer com que um celular comprado no exterior não funcione no 5G brasileiro.

"Principalmente no início de uma nova tecnologia, nem todos os dispositivos funcionam nas mesmas bandas e frequências de todas as operadoras", explica Eduardo Tude, da Teleco, consultoria especializada no setor. "E, aqui no Brasil, essas frequências só serão definidas pelo leilão da Anatel".

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