Brasil

Coleta para Pnad já é afetada por greve, diz sindicato

Coleta de dados para a Pesquisa Mensal de Emprego já começou a ser afetada pela greve de servidores do IBGE


	Trabalhador do IBGE: funcionários estão em greve
 (Divulgação/IBGE)

Trabalhador do IBGE: funcionários estão em greve (Divulgação/IBGE)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2014 às 20h36.

Rio - A coleta de dados para a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que medem a taxa de desemprego oficial do País, já começou a ser afetada pela greve de servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informou nesta segunda-feira, 9, o sindicato da categoria.

Segundo a assessoria de imprensa do IBGE, não há informações de problemas na coleta de dados e 24% dos empregados não compareceram ao trabalho na última sexta-feira, 6.

Por isso, "o calendário de divulgação está mantido". A próxima divulgação da PME está marcada para o próximo dia 26, com a taxa de desemprego de maio.

"A greve já tem impacto no processo de coleta", afirmou Ana Magni, diretora do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas (ASSIBGE-SN). "A greve está crescendo a cada dia", completou.

Semana passada, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) determinou em liminar que pelo menos 70% dos servidores do IBGE deveriam seguir trabalhando.

A greve começou no último dia 26. A liminar impõe multa diária de R$ 100 mil ao ASSIBGE-SN caso a decisão não seja cumprida, mas o sindicato decidiu manter a mobilização e recorrer da decisão.

Segundo Ana Magni, a adesão à greve tem sido particularmente grande na Coordenação de Trabalho e Rendimento (Coren), responsável tanto pela PME quanto pela Pnad Contínua.

A divulgação da segunda pesquisa está no centro de uma das maiores crises institucionais da história do IBGE.

Em abril, a divulgação da Pnad Contínua foi suspensa pela direção do IBGE, sob alegação de necessidade de montar uma força-tarefa para adequar as informações sobre renda familiar per capita, usadas no rateio do Fundo de Participações dos Estados (FPE), mas houve suspeitas de ingerência política, pois o pedido de adequação foi feito por senadores.

Na ocasião, duas diretoras pediram exoneração e 18 coordenadores ameaçaram uma entrega coletiva de cargos.

Em nota, o IBGE informou hoje que a greve "continua parcial" e atinge 20 Unidades Estaduais, além das Unidades da Sede, Parada de Lucas, Canabarro e Chile, todas no Rio. A Unidade Estadual de Minas Gerais aderiu à greve.

Algumas equipes responsáveis pela coleta de dados não tem trabalhado e, por causa da adesão, o remanejamento de profissionais pode ser insuficiente ou chegar a um limite.

Segundo Ana Magni, a chefia da unidade de Minas vinha tentando deslocar profissionais para outros Estados, à pedido da direção. Com a adesão à greve nas agências mineiras do IBGE, a tendência será o remanejamento de empregados tornar-se mais difícil.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasGrevesIBGEPNAD

Mais de Brasil

Inovação da indústria demanda 'transformação cultural' para atrair talentos, diz Jorge Cerezo

Reforma tributária não resolve problema fiscal, afirma presidente da Refina Brasil

Plano golpista no Planalto previa armas de guerra