Luiz Fernando Pezão: segundo Pezão, a questão da Baía de Guanabara não deve estremecer a relação das autoridades do Estado com o COI (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 16h38.
Rio de Janeiro - Em mais um sinal de que a meta de tratar 80 por cento do esgoto lançado na Baía de Guanabara pode não ser cumprida a tempo para os Jogos Olímpicos de 2016, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta segunda-feira que o COI entenderá o eventual descumprimento, e que há outras obras de saneamento que ficarão como legado para a cidade.
"Claro que haverá sim (compreensão do COI pelo eventual não cumprimento). Vamos mostrar que a gente está fazendo diversos investimentos nessa área", disse Pezão a repórteres, após participar de reunião com a comissão de avaliação do Comitê Olímpico Internacional na capital fluminense.
Segundo Pezão, a questão da Baía de Guanabara, que vai receber as provas de vela dos Jogos Olímpicos, não deve estremecer a relação das autoridades do Estado com o COI.
O governador pretende listar aos membros do comitê durante esta semana as obras que estão sendo executadas ou que já foram licitadas na área de saneamento.
"A Baía de Guanabara, vamos apresentar uma série de obras que licitamos, como estação de tratamento em São Gonçalo e do interesse de fazermos uma PPP (Parceira Público-Privada) do tratamento de esgoto de toda Região Metropolitana do Rio, e pensamos também sobre a Baixada Fluminense", disse.
Pezão já havia admitido este mês que não ficará "frustrado" se a meta de 80 por cento para a baía não for atingida. Segundo ele, o objetivo ainda está sendo perseguido, mas o Estado está mais preocupado em fazer investimentos na despoluição que fiquem como legado para o futuro.
A limpeza da Baía de Guanabara, antiga promessa de vários governos do Rio de Janeiro, foi parte fundamental da candidatura da cidade para receber o direito de organizar os Jogos Olímpicos.
No entanto, velejadores que treinam no local reclamam constantemente da poluição e da sujeira na água.
Em dezembro do ano passado, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz encontraram um tipo de "super bactéria" normalmente associada a lixo hospitalar em um rio que desagua na baía, o que aumentou a preocupação com a qualidade da água na raia olímpica.