O zika virus, a dengue e a chikungunya, são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2016 às 18h22.
Atenas/Rio de Janeiro - O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai divulgar uma nota com recomendações nesta semana diante do surto do vírus Zika que está se espalhando rapidamente pela América do Sul, meses antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.
O presidente do COI, Thomas Bach, disse nesta quinta-feira que as orientações seriam enviadas para os comitês olímpicos nacionais “hoje ou amanhã o mais tardar”, em meio aos preparativos no Rio para o maior evento esportivo mundial e para os primeiros Jogos na América do Sul.
"Vamos fazer tudo para assegurar a saúde dos atletas e de todos os visitantes”, declarou Bach à imprensa durante visita à capital grega.
"Estamos em contato direto com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e também com o comitê organizador e as autoridades brasileiras.” A OMS alertou nesta quinta-feira que a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, ligada a má formações de nascimento em milhares de bebês, estava se espalhando de maneira “explosiva” e poderia afetar até 4 milhões de pessoas nas Américas.
O vírus, que tem relação com o da dengue e o da chikungunya, causa irritação na pele, febre e olhos vermelhos. Cerca de 80 por cento dos infectados tipicamente não apresentam sintomas, tornando difícil para as gestantes determinarem se elas contraíram o vírus. Não há vacina ou tratamento disponível hoje.
Os organizadores da Olimpíada deste ano no Rio afirmaram em comunicado que os Jogos, que ocorrerão entre 5 e 21 de agosto, serão disputados no inverno, quando “o clima mais seco e menos quente reduz significativamente a presença dos mosquitos”.
Eles completaram que uma reunião estava programada na sede do COI, em Lausanne, a partir de 1° e 2 de fevereiro, para que os comitês nacionais discutissem o tema.
"Os locais de competição das Olimpíadas e das Paraolimpíadas serão inspecionados diariamente durante os Jogos no Rio para assegurar que não há nenhuma poça de água parada e, assim, minimizar o risco do contato com mosquitos”, afirmaram os organizadores.
"O comitê organizador está em contato regular com o Ministério da Saúde e com o departamento de Saúde municipal, que são as autoridades responsáveis por orientação em temas de saúde no Brasil e no Rio.”
ALERTAS ENTRE ESTRANGEIROS
O ministro de Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, disse a uma emissora local que os atletas são particularmente vulneráveis a doenças infecciosas, já que treinamento pesado diminui o sistema imunológico. "Nós estamos empregando todas as medidas de proteção", afirmou.
Autoridades australianas estão alertando atletas em idade para ter filhos sobre a necessidade de estar consciente sobre os riscos específicos da microcefalia para recém-nascidos, e todos os integrantes da equipe estão sendo aconselhados a usar mangas compridas em pontos de água parada e vegetação densa.
A equipe australiana também recomendou que os seus integrantes não deixem portas ou janelas abertas na Vila Olímpica e usem, como alternativa, o ar-condicionado.
"A saúde e o bem-estar de todos os integrantes da nossa equipe é primordial, especialmente as mulheres que estão em idade para ser mãe”, disse Kitty Chiller, chefe da delegação australiana.
Diversas outras equipes estão dando conselhos médicos a atletas, recomendações que serão atualizadas constantemente com a proximidade dos Jogos e de acordo com o desenvolvimento do surto de Zika.
Um porta-voz da associação olímpica britânica afirmou: “Como parte do planejamento geral da equipe, o nosso pessoal médico está em contato com especialistas da Escola de Medicina Tropical de Londres para assegurar que os integrantes da equipe recebam o aconselhamento médico de viagem mais atualizado possível, incluindo informações sobre estratégias de como prevenir picadas”.