Anéis olímpicos: nesse estágio da preparação as cidades olímpicas normalmente vivem uma fase de “trauma” (Alexander Demianchuk/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2014 às 13h10.
Rio de Janeiro - O diretor-executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI), Glibert Felli, demonstrou confiança nesta segunda-feira na conclusão das obras dentro do prazo para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam em dois anos, e o prefeito da cidade, Eduardo Paes, afirmou que o Brasil não precisa sofrer com os atrasos como na Copa do Mundo.
Segundo Felli, nesse estágio da preparação as cidades olímpicas normalmente vivem uma fase de “trauma”, uma vez que as instalações ainda não estão prontas e muitas perguntas sobre questões como logística e mobilidade ainda não têm repostas precisas.
“O momento agora é de trauma, com pressão de fora e de dentro. A imprensa quer saber quanto tempo vai levar de um ponto ao outro e o comitê tem receio em dizer", disse Felli a jornalistas em seminário sobre os dois anos para os Jogos.
O executivo chegou a lembrar que antes dos Jogos de Sidney-2000 e Atenas-2004 também houve muitas dúvidas e críticas aos eventos, mas o engajamento e apoio foram aumentando com o avançar do tempo.
“Estou confiante que sim, aqui vai dar certo e tudo ficará pronto”, afirmou.
Preocupado com o andamento dos preparativos dos Jogos, o COI anunciou em abril que tomaria medidas para monitorar o progresso da organização, incluindo uma presença mais forte no Rio, depois que federações internacionais criticaram o país por atrasos.
O prefeito da cidade, Eduardo Paes, reconheceu que o cumprimento de prazos não faz parte da cultura dos brasileiros, como se viu com os atrasos nas obras da Copa do Mundo, mas garantiu que os Jogos poderão ajudar o país a aumentar seu comprometimento com datas.
“Vamos entregar no prazo, mas é uma cultura que estamos longe de ter... não é uma característica fazer as coisas no prazo e é um amadurecimento que temos que ter”, afirmou Paes, ao frisar que mantêm uma tranquilidade vigilante em relação ao complexo esportivo de Deodoro, que está com obras atrasadas.
"O Brasil não precisa sofrer tanto como na Copa do Mundo e ter gerado tanta cobrança e crítica. Nosso objetivo é mostrar que para nós e para fora temos capacidade de realizar um evento", acrescentou. Até o momento, os Jogos de 2016 estão orçados em 37,6 bilhões de reais, incluindo os gastos do comitê organizador, os projetos exclusivos da Olimpíada e as obras de infraestrutura que ficarão como legado para a cidade.
Os números foram atualizados na semana passada e ainda vão subir até os Jogos, uma vez que ainda há alguns projetos sem orçamento.
Segundo o prefeito do Rio, a Olimpíada vai promover uma revolução na cidade nas áreas de infraestrutura e logística, entre outras. Paes disse que muitas obras a serem feitas até 2016 estavam na fila de espera há cerca de 50 anos.