O grupo de Cachoeira contava com o apoio de 40 policiais civis, militares e federais (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2012 às 15h19.
Brasília - A corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, pedirá à Polícia Federal que mantenha a segurança ao juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima - que deixou o comando do processo contra o contraventor Carlinhos Cachoeira após ameaças - e que garanta a segurança do novo juiz do processo, Alderico Rocha Santos.
Calmon reuniu-se nesta quarta com Moreira Lima, o ex-corregedor-geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Cândido Ribeiro, e o juiz federal Leão Aparecido Alves, que se declarou suspeito para atuar no caso.
Na reunião, Calmon repetiu o relato que Moreira Lima fez em ofício encaminhado à Corregedoria do TRF e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O juiz disse que não tinha mais condições de permanecer à frente da investigação especialmente depois que seus pais foram procurados em casa por policiais.
"O juiz deu as razões, disse que se sentia cansado, extenuado, e que gostaria de sair. No nosso entendimento, deixá-lo depois que ele disse que está cansado seria um ato de desumanidade", afirmou Eliana Calmon.
O grupo de Cachoeira contava com o apoio de 40 policiais civis, militares e federais. A abordagem dos pais do magistrado por um policial foi vista por ele como uma ameaça velada. Ex-delegado da Polícia Federal, Moreira Lima foi removido, a pedido, da 11ª Vara Federal em Goiás para a 12ª Vara.
Antes de deflagrada a Operação Monte Carlo, Moreira Lima já havia pedido o respaldo da Corregedoria Nacional para permanecer no caso. Em conversa reservada, contou à ministra Eliana Calmon que não tinha apoio dos colegas, que as provas que ele colhera estavam sendo desqualificadas e que, para completar, estava sob ameaça.
Eliana Calmon deve chamar, nos próximos dias, o novo juiz do caso, Alderico Rocha Santos. De acordo com ela, a Corregedoria quer garantir que ele tenha independência para atuar no processo.