São Paulo - A indústria brasileira perdeu R$ 121,5 bilhões durante a crise econômica internacional, de outubro de 2008 até o fim de 2009. Segundo a entidade, o valor deixou de ser faturado devido à escassez de crédito e redução da demanda externa.

O montante representou quase a metade de tudo o que a economia do país perdeu no período (cerca de 248 bilhões de reais). Segundo o economista da CNI Marcelo de Ávila, a queda só não foi maior por causa da forte demanda interna e da desoneração tributária de automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção civil.

Entretanto, ele afirma que a produção industrial deve superar os níveis pré-crise em cerca de dois meses. "Os indicadores estão entre apenas 1% e 2% abaixo dos registrados nos meses anteriores a setembro de 2008", diz.

Para Ávila, o crescimento da atividade industrial brasileira não é mais forte atualmente porque o mercado externo se recupera de forma muito lenta. Alem disso, há ainda a taxa de câmbio valorizada, que reduz a competitividade das exportações brasileiras, especialmente diante da concorrência de produtos chineses.

Os cálculos de estimativa de perdas da indústria e da economia brasileira no período da crise foram feitos pela CNI considerando um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009 de 1,8%. Esta foi a média de crescimento, sem influências sazonais, registrada nos três primeiros trimestres de 2008, anteriores à eclosão da crise.