Fernando Haddad e Aloizio Mercadante chegam ao gabinete do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da redação, com agências
Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 17h42.
Última atualização em 14 de dezembro de 2022 às 17h46.
Após a conturbada indicação do ex-ministro Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Confederação Nacional da Indústria, principal entidade que representa o setor, soltou uma nota de apoio ao indicado de Luiz Inácio Lula da Silva.
"A CNI confia na capacidade de Aloizio Mercadante coordenar os trabalhos do maior banco de fomento do país e direcionar os seus esforços para uma atuação focada no apoio ao fortalecimento do setor produtivo e na implementação de estratégias que contribuam para o crescimento sustentado da economia", afirmou, em nota, o presidente da confederação, Robson Braga de Andrade.
A declaração acontece em meio à reação negativa do mercado à indicação de Mercadante e à aprovação, na Câmara dos Deputados, de um projeto de lei que muda a Lei das Estatais e libera o Mercadante -- e outros agentes que detiveram cargos em organizações políticas -- para assumir a presidência do banco de fomento. A proposta, que inicialmente apenas alterava regras sobre gastos das empresas públicas com publicidade, foi modificada de última hora para incluir uma redução no tempo de quarentena -- de 36 para um mês -- para indicados ao comando de estatais que tenham participado de campanhas eleitorais.
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Para a CNI, o BNDES precisa ampliar seu papel no sistema de "financiamento à inovação", no qual o "Estado deve ter um papel mais relevante na formulação de políticas e no apoio financeiro à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I)". Além disso, a entidade destaca que o banco deve reforçar seu papel no financiamento a pequenas e médias empresas.
"Também é fundamental retomar a relevância do BNDES no apoio às exportações a um patamar compatível com as necessidades de financiamento do setor exportador do país. Entre 2009 e 2019, por exemplo, os desembolsos do BNDES-Exim caíram 91% e mesmo a recuperação do valor, em 2020, não altera o diagnóstico problemático", diz a nota.
Pouco a pouco, começam a sair os nomes podem compor o banco de fomento sob Mercadante, que deve levar para trabalhar com ele os ex-ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Desenvolvimento Social, Tereza Campello. As costuras finais para a montagem da equipe BNDES estão sendo feitas. Mercadante está conversando com duas CEOs mulheres para também integrar a equipe do banco de fomento.
Ele quer colocar no foco da instituição políticas voltadas para o processo de descarbonização da economia e vinculação do financiamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Uma agenda que envolve o impacto das emissões de carbono de cada projeto financiado pelo banco.
Detalhes sobre a política para o banco só serão anunciados depois na indicação para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pasta à qual o BNDES ficará vinculado. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a grande chance é que Josué Gomes seja o escolhido para comandar o ministério, que vai voltar no governo Lula 3 a ser desvinculado da Economia. Josué está nesta quarta em Brasília e deve se encontrar com o presidente eleito.
Filho de José Alencar, vice de Lula nos seus dois mandatos, Josué é atualmente presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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Com informações da Agência Estado