Dom Raymundo Damasceno: "nós sabemos que, infelizmente, nossos partidos políticos não tem realmente um programa partidário, ou se tem, eles são todos parecidos", disse (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2014 às 21h54.
Aparecida - O arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, pregou na manhã desta sexta-feira, 9, ao final da 52ª Assembleia Geral dos Bispos, realizada na cidade, que os partidos políticos brasileiros precisam se fortalecer e rever seus programas de atuação.
"Nós sabemos que, infelizmente, nossos partidos políticos não tem realmente um programa partidário, ou se tem, eles são todos parecidos. Gostaríamos que nossos partidos fossem fortes, que tivessem um programa que realmente diferenciassem um ou outro para que o eleitor, conhecendo os objetivos, os valores que defende e os projetos daquele partido, possa fazer sua opção muito mais consciente, mais livre, com conhecimento", disse o religioso.
O comentário de Dom Damasceno foi feito em função do documento divulgado ao final do encontro, denominado "Pensando o Brasil: Desafios Diante das Eleições de 2014".
Ele explicou que o documento ainda vai ser discutido nas várias instâncias da Igreja no País, principalmente nas dioceses e paróquias. O arcebispo disse que os programas partidários "quase todos são muito semelhantes".
O desejo da Igreja, segundo ele, é que os partidos sejam fortalecidos, que sejam sólidos e programas que defendam valores éticos, morais como a família, liberdade de imprensa, educação.
"Que eles tenham em conta os mais pobres, os mais excluídos, que procurem trabalhar pela inclusão. Fortalecer os partidos significa os partidos com programas", disse.
Dom Raymundo destacou que a realidade mostra muitos políticos se elegendo por um partido e depois passando para outro.
"Isso significa o quê? Que não há compromisso com o programa, com determinados valores.Ele muda de partido, de legenda, muitas vezes por interesses pessoais, momentâneos, circunstanciais, sem um compromisso com um projeto. É isso que nós queremos mudar", afirmou.