Confronto entre vândalos e forças de segurança: cenas da invasão e destruição às sedes dos Poderes não têm precedente na história recente nacional (Matheus Alves/Picture Alliance/Getty Images)
Reporter colaborador, em Brasília
Publicado em 27 de abril de 2023 às 16h17.
Última atualização em 25 de maio de 2023 às 12h12.
Criada nesta quarta-feira, 26, após a leitura do pedido de abertura pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a Comissão Parlamentar de Inquérito Parlamentar (CPMI), que investigará os atos criminosos do 8 de janeiro, terá como próximo passo a indicação dos nomes dos deputados e senadores que farão parte do colegiado.
ATUALIZAÇÃO: CPMI do 8 de janeiro: Arthur Maia será presidente e Eliziane Gama, relatora
Segundo o líder da oposição, Rogério Marinho (PL), os nomes serão indicados após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentar uma posição sobre questionamento do PL a respeito de uma manobra do líder do governo para garantir maioria dos parlamentares no colegiado. Com isso espera-se que a oposição possa indicar três parlamentares em vez de dois.
A principal disputa é quanto aos nomes que serão indicados para presidir o CPMI e apresentar o relatório das investigações.
Para a presidência da comissão, são colocados o nome do líder do PP, deputado André Fufuca (MA), e de Arthur Maia (União Brasil) como os mais cotados para assumir o cargo.
Fufuca, apesar de ser neutro, pode não emplacar a indicação à presidência por ser considerado próximo do ministro da Justiça, Flávio Dino -- um dos nomes que a oposição pretende investigar na CPMI. Dino, na avaliação dos opositores do governo, teria sido omisso e permitido os atos que culminaram nas invasões do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.
Por isso, o nome mais contato seria o de Arthur Maia, que teria um perfil mais neutro para indicação ao cargo. Um parlamentar do União Brasil disse à EXAME, sob a condição de anonimato, que já há acordo para que ele seja o presidente.
Quanto à relatoria, que ficará com o Senado após acordo entre os partidos, são cotados parlamentares que participaram da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
O governo tem defendido o nome de Renan Calheiros (MDB-AL) -- que nega interesse --, relator na CPI da Covid para exercer a mesma função na CPMI do 8 de janeiro. Caso Renan não seja o escolhido, o senador mais cogitado para substitui-lo é Eduardo Braga (MDB-AM), que também participou da CPI da Covid.
Por ser um colegiado misto, é preciso acordo entre as duas Casas. O procedimento para definir os principais postos da CPMI é: líderes partidários nomeiam membros da CPMI para votarem quem será o presidente e, então, o presidente nomeia o relator.
Na Câmara:
No Senado: