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Cirurgia de Bolsonaro termina com sucesso, diz Michelle

Ex-presidente passou por 11 horas de procedimento neste domingo (13). Equipe médica fará coletiva para atualizar sobre seu estado de saúde

Bolsonaro passou mal em um evento do PL no Rio Grande do Norte na última sexta-feira (11) e foi encaminhado para o Hospital Rio Grande, em Natal (Instagram/Divulgação)

Bolsonaro passou mal em um evento do PL no Rio Grande do Norte na última sexta-feira (11) e foi encaminhado para o Hospital Rio Grande, em Natal (Instagram/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 13 de abril de 2025 às 21h29.

Última atualização em 13 de abril de 2025 às 21h36.

Jair Bolsonaro foi encaminhado na manhã deste domingo, 13, ao centro cirúrgico do Hospital DF Star, em Brasília, para uma operação de desobstrução intestinal. Segundo o boletim médico, o ex-presidente foi levado ao bloco cirúrgico por volta das 8h30 e o procedimento de "laparotomia exploradora" começou às 10h.

Após mais de 11 horas, a cirurgia foi concluída com sucesso, informou Michelle Bolsonaro em storie publicado no Instagram. "Estou indo agora para a sala de extubação, onde poderei vê-lo", escreveu. Ela também agradeceu as orações e a todos que deram apoio neste momento delicado. "Seguimos firmes, com fé e esperança", completou.

A equipe médica fará coletiva em breve para atualizar sobre seu estado de saúde.

O diagnóstico aconteceu após ele passar mal em um evento do PL no Rio Grande do Norte na última sexta-feira (11) e ser encaminhado para o Hospital Rio Grande, em Natal. Inicialmente, a informação era de que não haveria a necessidade de uma nova cirurgia. 

Bolsonaro passou mal em evento no RN

Bolsonaro precisou ser socorrido durante agenda no Rio Grande do Norte (via Getty Images) (Getty Images)

O problema de saúde está relacionado à facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. Desde então, o ex-presidente passou por diversas intervenções.

De acordo com uma nota assinada pelo médico Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica, exames realizados no sábado, 12, indicaram a persistência de suboclusão intestinal, mesmo após medidas iniciais de tratamento. A decisão foi tomada em comum acordo pelas equipes médicas.

“A laparotomia exploradora visa liberar aderências intestinais e realizar a reconstrução da parede abdominal”, informou Birolini. A previsão inicial é de que a operação não seja concluída antes das 18h, disse uma fonte do hospital.

No início da tarde de domingo, Michele Bolsonaro publicou uma atualização em seu Instagram e disse que "o quadro de seu marido era estável e que o procedimento deveria acabar por volta das 20h". No entanto, às 20h18, ela reapareceu e postou que "ainda não havia acabado".

Na entrada do hospital, apoiadores acompanhavam o procedimento.

Entenda o quadro clínico

Na noite de sábado, Leandro Echenique, um dos médicos responsáveis, detalhou que a cirurgia seria aberta e envolveria a retirada e recolocação de uma tela abdominal usada para reforçar a musculatura. Ele destacou que o abdômen de Bolsonaro já foi submetido a diversas intervenções desde a facada, o que torna o procedimento mais complexo.

Apesar do quadro de obstrução, Echenique afirmou que o ex-presidente apresentava sinais estáveis de pressão arterial e frequência cardíaca, além de uma melhora no quadro de dor.

No sábado à noite, o senador Rogério Marinho relatou que Bolsonaro chegou a Brasília de bom humor, demonstrando interesse em assuntos cotidianos, como o resultado do jogo entre Palmeiras e Corinthians, e manteve contato com familiares.

Internação no Rio Grande do Norte

Bolsonaro sentiu dores abdominais na manhã de sexta-feira, durante ato político no Rio Grande do Norte. Ele foi atendido inicialmente em Santa Cruz, transferido para Natal e, no sábado, levado a Brasília.

Segundo a equipe médica, o ex-presidente apresentava desidratação e distensão abdominal acentuada, quadro considerado mais grave do que em episódios anteriores.

Embora alguns conselheiros tenham sugerido o deslocamento para São Paulo para atendimento pela equipe de Antonio Luiz Macedo, Michelle Bolsonaro preferiu manter o tratamento em Brasília com Cláudio Birolini, especialista em parede abdominal.

Obstrução intestinal: causas e riscos

A obstrução intestinal ocorre quando há bloqueio parcial ou total do intestino, impedindo a passagem normal de fezes e gases. O histórico de cirurgias abdominais de Bolsonaro o torna mais suscetível ao problema.

De acordo com o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), as principais causas de obstrução são:

  • aderências (cicatrizes internas);

  • tumores;

  • hérnias;

  • torções intestinais;

  • acúmulo de vermes;

  • diverticulite;

  • inflamações pós-radioterapia;

  • impactação fecal;

  • intoxicação por chumbo.

Nos casos mais leves, o tratamento pode ser feito com hidratação intravenosa e jejum, sem necessidade de cirurgia. Quando a obstrução é completa ou quando não há melhora em até 48 horas, a intervenção cirúrgica é indicada.

Bolsonaro já havia sido internado anteriormente com o mesmo problema em 2021 e 2023, tendo passado por uma cirurgia em 2024.

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