Ciro Nogueira: "Se essa tragédia acontecer com o nosso País com a vitória de Lula, se depender de mim, não terá o apoio do PP" (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de junho de 2022 às 16h57.
Última atualização em 2 de junho de 2022 às 17h06.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou nesta quinta-feira, 2, que será oposição a um eventual governo Lula (PT).
Em entrevista à CNN Brasil, Ciro afirmou ainda que, no que depender dele, o PP, partido do qual é presidente licenciado, também não faria parte da base aliada de uma nova gestão petista.
"Se essa tragédia acontecer com o nosso País com a vitória de Lula, se depender de mim, não terá o apoio do PP. Eu vou ser oposição ao presidente Lula se ele vier um dia a governar qualquer coisa nesse país", declarou o ministro. Ciro Nogueira é um dos principais líderes do Centrão, grupo político com tradição governista.
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Questionado sobre uma compensação financeira a Estados caso a adoção de um teto de 17% ao imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) incidente sobre combustíveis e energia elétrica seja aprovada pelo Senado, Nogueira afirmou ser radicalmente contrário.
"Sou radicalmente contra. Os Estados não precisam, os Estados estão com os cofres cheios por conta dessa arrecadação. Não tem que compensar. Se compensar, vai tirar de serviços que a União está proporcionando à população", declarou o ministro em entrevista à CNN Brasil.
O teto do ICMS com a compensação a Estados já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e aguarda apreciação dos senadores. A compensação seria feita do abatimento da dívida com a União.
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Nogueira admitiu que o governo federal enfrenta dificuldades para dar aumento ao funcionalismo público ainda neste ano, como pedem os servidores. "Ainda estamos estudando, não temos definição, estamos buscando alternativas. Mas a situação está muito difícil para conceder aumento para servidores neste ano", afirmou o ministro.
Por outro lado, Ciro Nogueira afirmou que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ainda não desistiu de conceder o reajuste salarial. "Espero que isso ocorra, até um aumento muito significativo, a partir do próximo ano", disse o senador licenciado, um dos nomes fortes da ala política do Palácio do Planalto.
A ideia seria inserir a previsão de reajuste no Orçamento de 2023, quando outro político pode ocupar a Presidência da República. Para ser concedido neste ano, no entanto, um aumento salarial precisa ser oficializado até julho, seis meses antes do fim do mandato presidencial, segundo determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro veem pouco tempo para viabilizar a medida.
De acordo com o chefe da Casa Civil, até mesmo um aumento do vale-refeição também é de difícil execução. "Existe dúvida jurídica muito grande se o governo federal, por conta da legislação eleitoral, pode conceder esse aumento", declarou Ciro Nogueira. "Não está fácil superar a barreira eleitoral."
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