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Ciro e Marina melhoram em pesquisa eleitoral, diz CNT/MDA

Ao mesmo tempo, pesquisa apontou para um aumento da rejeição ao pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin

Eleições 2018: pré-candidatos à Presidência da chamada centro-esquerda, como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), apresentaram melhoras no cenário eleitoral (Ricardo Moraes/Reuters)

Eleições 2018: pré-candidatos à Presidência da chamada centro-esquerda, como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), apresentaram melhoras no cenário eleitoral (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de maio de 2018 às 14h58.

Brasília - Os pré-candidatos à Presidência da chamada centro-esquerda, como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), apresentaram melhoras no cenário eleitoral, apontou pesquisa de intenção de voto CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira, que mostrou, ao mesmo tempo, um aumento da rejeição ao pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

Dados da sondagem divulgada nesta segunda apontam que Ciro inverte posicionamento do levantamento anterior e passa a figurar numericamente à frente de Alckmin, embora ainda tecnicamente empatado com ele, em todos os cenários pesquisados em que o tucano aparece.

Marina, por sua vez, mantém a posição que já tinha na pesquisa anterior, mas agora em empate técnico com Ciro em todos os cenários, mesmo que numericamente à frente.

A pesquisa também mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a primeira colocação no cenário em que aparece como candidato, enquanto o deputado Jair Bolsonaro (PSL) segue na liderança nos cenários sem o petista.

Lula registrou 32,4 por cento das intenções de voto em cenário de primeiro turno, à frente de Bolsonaro (PSL), com 16,7 por cento, e Marina, com 7,6 por cento, numericamente à frente de Ciro, com 5,4 por cento. Na pesquisa anterior, de março, Lula tinha 33,4 por cento, Bolsonaro tinha 16,8 por cento e Marina aparecia com 7,8 por cento, seguida de Alckmin, que registrava 6,4 por cento dos votos.

Em cenário de primeiro turno sem Lula e com uma quantidade maior de candidatos, Bolsonaro ocupa o primeiro lugar com 18,3 por cento, à frente de Marina, com 11,2 por cento, e com Ciro em terceiro, com 9 por cento, numericamente à frente de Alckmin, com 5,3 por cento. No levantamento de março, Bolsonaro tinha 20 por cento no cenário sem Lula, enquanto Marina aparecia com 12,8 por cento. Em seguida vinha Alckmin, com 8,6 por cento, e Ciro, com 8,1 por cento.

Nos cenários de simulação de segundo turno, Lula é o vencedor em todas as disputas em que aparece como candidato.

Sem o petista, Bolsonaro é quem lidera em quase todos os cenários de segundo turno, mas o deputado empata com Marina, ambos com 27,2 por cento, e também ocorre um empate técnico dele com Ciro - Bolsonaro angaria 28,2 por cento e o pré-candidato do PDT acumula 24,2 por cento.

Na avaliação do presidente da CNT, Clésio Andrade, os candidatos mais posicionados à esquerda estão melhor colocados no cenário eleitoral do que os de centro-direita.

"Uma questão importante é que o (presidente Michel) Temer está fora de jogo, não tem condições de ser reeleito. Rodrigo Maia (DEM), Henrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Podemos), também têm muita dificuldade, praticamente fora do jogo. E o Alckmin está começando a enfrentar algumas dificuldades", disse Clésio a jornalistas.

"Os candidatos de centro começam a se complicar muito aí. Os candidatos de centro-esquerda, que a gente considera Ciro e Marina, já estão se posicionando melhor", avaliou.

A análise do presidente da CNT é que, nos cenários que não consideram a candidatura de Lula, é perceptível um aumento de votos justamente para Ciro e Marina, mas há um grande aumento dos votos brancos, nulos e indecisos --em simulações de segundo turno chega a superar os 50 por cento.

"Os dois que mais se beneficiam com essa saída do presidente Lula são Ciro... e Marina", afirmou.

Lula está preso há mais de um mês em Curitiba cumprindo pena de 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Ele deve ficar inelegível e consequentemente impedido de entrar na disputa por causa da Lei da Ficha Limpa.

Por outro lado, ainda não pode ser percebido o impacto da desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa de concorrer à Presidência da República pelo PSB nos índices dos demais concorrentes. A pesquisa teve início um dia após o anúncio da desistência da Barbosa.

"Não foi para candidato nenhum, foi para branco, nulo e indeciso", disse Clésio em entrevista coletiva.

A pesquisa entrevistou 2.002 pessoas em 137 municípios, entre os dias 9 e 12 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

De jeito nenhum

A pesquisa desta segunda apontou um alto índice de rejeição a todos os pré-candidatos, o que traz ainda mais indefinição ao cenário eleitoral.

Também foi identificado um aumento da rejeição a Alckmin. O percentual de entrevistados que declarou que não votaria "de jeito nenhum" no ex-governador de São Paulo passou de 50,7 por cento em março para 55,9 por cento em maio.

O fenômeno pode estar relacionado, segundo o presidente da CNT, às recentes denúncias envolvendo o PSDB, que pode ter prejudicado os índices do tucano, considerado "ainda competitivo" por Clésio Andrade.

Na avaliação dele, mesmo com percentual de rejeição acima dos 40 por cento --algo que em outras eleições poderia ser determinante para impedir a eleição de um candidato--, Ciro também coloca-se como um candidato "competitivo".

Dentre os entrevistados, 46,4 por cento declararam que não votariam em Ciro. No caso de Marina, a rejeição chega a 56,5 por cento. O presidente Michel Temer chega aos 87,8 por cento de rejeição como candidato.

A rejeição terá, avalia Clésio, forte influência na decisão do eleitorado, principalmente no segundo turno.

"Cria uma dúvida de quem pode ser eleito, mesmo", avaliou o presidente da CNT. "O segundo turno com certeza vai eleger o menos pior... mas com branco e nulo alto. Isso vai pesar, sim, a rejeição vai pesar no segundo turno", afirmou.

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