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Cineasta Roberto Farias morre de câncer, aos 86 anos, no Rio

Ele foi realizador do clássico "O assalto ao trem pagador" (1962). Farias foi diretor-presidente da Academia Brasileira de Cinema e diretor da Embrafilme

Roberto Farias: cineasta produziu e dirigiu em sua trajetória mais de 25 filmes (Reprodução/Facebook/Roberto Farias/Reprodução)

Roberto Farias: cineasta produziu e dirigiu em sua trajetória mais de 25 filmes (Reprodução/Facebook/Roberto Farias/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de maio de 2018 às 15h28.

O cineasta, produtor e distribuidor Roberto Farias morreu hoje (14) aos 86 anos, no Hospital Copa Star, em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde estava internado para tratamento de um câncer.

Ele produziu e dirigiu em sua trajetória mais de 25 filmes. Nasceu em 1932 em Nova Friburgo, região serrana do Rio, e ainda jovem cursou a Escola de Belas Artes, indo trabalhar nos estúdios Atlântida. A empresa cinematográfica se notabilizou por produções consideradas baratas e de grande apelo popular, conhecidas como chanchadas.

Em nota, a diretoria da Agência Nacional do Cinema (Ancine) expressou profundo pesar pelo falecimento do diretor, produtor e distribuidor e enumerou a carreira cinematográfica de Roberto Farias.

Ele foi realizador do clássico "O assalto ao trem pagador" (1962). Farias foi diretor-presidente da Academia Brasileira de Cinema e diretor geral da Embrafilme, entre 1974 e 1978. O cineasta começou a carreira no início dos anos 1950 como assistente de direção da Atlântida.

Comédias

Entre 1957 e 1960, realizou quatro longas: "Rico ri à toa" (1957), seu primeiro filme, "No mundo da lua" (1958), "Cidade ameaçada" (1959) e "Um candango na Belacap" (1960). Em "Toda donzela tem um pai que é uma fera" (1966), Roberto Farias cria um marco das comédias de costume carioca. Também nos anos 1960, colaborou na fundação da Difilm, distribuidora do Cinema Novo, ao lado do produtor Luiz Carlos Barreto.

O cineasta dirigiu ainda inúmeros sucessos de público como "Os paqueras" (1968), "Roberto Carlos e o diamante cor de rosa" (1968) e "Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora" (1971). Em 1973 realizou com Hector Babenco "O fabuloso Fittipaldi".

Em 1981, dirigiu "Pra frente Brasil", filme que falava explicitamente da tortura na ditadura militar, premiado nos festivais de Berlim e de Huelva. Produziu ainda "Azyllo muito louco" (1968), de Nelson Pereira dos Santos, "Os machões" (1973) e "Barra pesada" (1977), ambos de seu irmão Reginaldo Faria. Foi responsável também pelo sucesso "Os trapalhões e o auto da Compadecida" (1987).

Na TV, dirigiu minisséries como "As Noivas de Copacabana" e "Memorial de Maria Moura", além de vários episódios do programa "Você decide".

A Ancine se solidarizou com os amigos e familiares de Roberto Farias, "com a certeza de que sua obra permanecerá como referência e inspiração para o cinema nacional".

O Ministério da Cultura externou o seu pesar pela morte do cineasta e prestou solidariedade aos familiares, amigos e fãs do cineasta. A família de Roberto Farias ainda não divulgou o horário e o local do velório e do enterro.

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