Corrida: o nome da corrida de Carlos Barbosa era São Silvestre, a solução foi alterar para "Rústica Carlos Barbosa" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2015 às 08h40.
Rio - Famosa pelo futsal, a pequena cidade de Carlos Barbosa, encravada na Serra Gaúcha, também tem a sua corrida de São Silvestre no último dia do ano. Ou melhor: tinha.
A prova que reúne pouco mais de 300 competidores perdeu seu nome original por exigência da Fundação Cásper Líbero, que detém o registro nacional da marca. A alegação é "a inequívoca exploração indevida da marca", o que inclui "concorrência desleal".
A prova serrana acontece todos os anos desde 1975. Foi batizada em homenagem ao santo padroeiro da comunidade rural da Linha Doze, ponto de chegada da corrida de 7 quilômetros. A inscrição custa R$ 55 e dá direito a almoço: galeto, massa e salada no salão da comunidade.
Sem apelo financeiro - o prêmio principal é R$ 600 - e longe do glamour da São Silvestre paulistana, a corrida gaúcha é disputada quase exclusivamente por atletas amadores.
Mas o aspecto estritamente recreativo não comoveu a Fundação Cásper Líbero, que no início do ano encaminhou ofício à prefeitura exigindo a retirada de todo o material alusivo à prova e prometendo tomar todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis se não fosse atendida.
A prefeitura passou boa parte do ano tentando negociar a manutenção do nome original. "Pediram R$ 50 mil para termos a licença de uso. Com R$ 50 mil nós organizamos dez edições", afirmou Fabiano Taufer, secretário de Esportes da cidade.
A solução foi alterar o nome para "Rústica Carlos Barbosa". Assim, nesta quinta-feira a cidade deixará de sediar pela primeira vez em 41 anos a sua São Silvestre.
Mas os participantes ainda sentirão o antigo gostinho, já que o almoço está mantido no salão que fica próximo à capela de São Silvestre. O santo, ao menos, não precisou mudar de nome.