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Cidade de São Paulo tem mais prédios do que casas pela primeira vez

Segundo os pesquisadores, a expansão dos prédios se dá com o aumento dos imóveis verticais de padrão médio e alto, numa elitização das tipologias residenciais

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de julho de 2021 às 20h42.

A capital paulista tem, pela primeira vez, mais residências verticais, ou seja em prédios, do que residências horizontais, mostra estudo divulgado hoje (6) pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O dado faz parte de um conjunto de notas técnicas intitulado Políticas do Urbano, Desigualdades e Planejamento. Os trabalhos sobre planejamento municipal, mobilidade, participação social e orçamento serão divulgados semanalmente até setembro, quando ocorre o Fórum SP 21. O evento entre os dias 21 e 30 analisará o planejamento urbano de São Paulo.

A primeira nota técnica explora o tema do estoque residencial formal do município entre 2000 e 2020. Foram utilizadas informações da Secretaria da Fazenda Municipal (SF), as quais servem de base para o lançamento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Ficam de fora, portanto, favelas e loteamentos não regularizados. “Tem aí entre 20% e 25% das residências em São Paulo fora desse universo”, explica Eduardo Marques, diretor do CEM.

De acordo com os pesquisadores, a expansão dos prédios se dá com o significativo crescimento dos imóveis verticais de padrão médio, assim como pelo dos imóveis verticais de padrão alto. O texto da nota aponta que “a cidade parece estar acelerando um processo de elitização das tipologias residenciais”.

No ano 2000, São Paulo tinha 1,23 milhão de imóveis residenciais horizontais, ocupando 152 milhões de metros quadrados (m²). No mesmo período, eram 767 mil unidades verticais em 108,7 milhões de m². Dez anos depois, as casas eram 1,37 milhão em 183,7 milhões de m² e os imóveis verticais somavam 1,38 milhões, numa área de 190,4 milhões de m².

“Outras notas mais pra frente que vão explorar essa informação geral que estamos lançando na primeira nota em termos geográficos, em termos espaciais. Vamos poder entender as tendências mais localizadas, porque certamente atrás desse número total estão ocultos processos espaciais que são diferenciados”, apontou Marques à Agência Brasil.

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