Mauro Cid: tenente-coronel firmou um acordo de colaboração premiada (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 10 de abril de 2024 às 09h42.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou novo depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira, 9. Na oitiva, o militar foi ouvido sobre as gravações em que critica a corporação e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Cid, que firmou um acordo de colaboração premiada, esteve prestou o depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, durante cerca de cinco horas.
A PF busca identificar os destinatários dos áudios em que Cid faz as críticas e que foram divulgados em reportagem da revista “Veja”. Em março, quanto o conteúdo do material veio a público, o tenente-coronel já havia prestado um primeiro depoimento.
Nas mensagens divulgadas, Cid discorre sobre o trabalho dos investigadores e de Moraes, responsável por homologar o acordo de delação premiada assinado por ele. O tenente-coronel também afirma estar sendo vítima de uma “narrativa pronta”, em que não há interesse no esclarecimento dos fatos. "Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu", sustentou em uma das gravações.
Como consequência do episódio, Cid, que estava em liberdade, teve a prisão novamente decretada por Moraes em 22 de março, após participar de uma audiência. Houve o entendimento de que o oficial, além de descumprir as cautelares, praticou o crime de obstrução à Justiça. Ele está detido no Batalhão da Polícia do Exército.
Cid assinou acordo de colaboração premiada após ter sido preso no âmbito do inquérito que apura fraudes em certificados de vacinação contra covid-19. Além do caso referente às vacinas, o tenente-coronel também tem colaborado com o inquérito sobre uma trama golpista elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro.