Em São Paulo, a chuva deve começar na sexta-feira (Cesar Lopes / PMPA/ Defesa Civil de Porto Alegre/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 08h43.
Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 12h01.
Depois do temporal que atingiu o Rio Grande do Sul, um ciclone formado no litoral do estado pode trazer, ao longo da semana, chuvas a outras regiões do Brasil. Na noite desta terça-feira, a tempestade no Sul deixou 574 mil pessoas sem energia elétrica em ao menos cinco regiões e a tendência é que a situação se agrave com a chegada do ciclone.
Veja a previsão do tempo nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
A meteorologista do Inmet Andrea Ramos explicou ao GLOBO que o ciclone deve formar uma frente fria, o que pode favorecer mais chuvas.
"O ciclone pode também ser chamado de centro de baixa pressão e tem uma tendência de formar uma frente fria. Com isso, pode proporcionar chuvas e tempo severo nessas áreas. O ciclone facilita a formação de cavados, que geram áreas de instabilidade e podem manter chuvas em São Paulo, Rio de Janeiro e sul e centro de Minas, principalmente no final de semana".
Mesmo assim, as altas temperaturas se mantêm nessas regiões, afirma Andrea: "As temperaturas ainda estão elevadas, por influência do El Niño, que sempre joga aquele calor. Isso é um agravante também, porque uma atmosfera quente, ao se aproximar dessas instabilidades, proporcionam uma condição de tempo com queda de granizo, como ocorreu no Sul. Além disso, para os próximos dias, a previsão é de rajadas de vento e pancadas de chuva em algumas regiões".
Em São Paulo, a chuva deve começar na sexta-feira. O mesmo pode ocorrer no Sul do Rio de Janeiro e no Sudeste de Minas Gerais. O ciclone formado no Rio Grande do Sul deve proporcionar chuvas com volumes bastante significativos sexta e sábado, segundo Andrea. No domingo, a frente começa a se deslocar e ela atinge também o Espírito Santo. Na Bahia, a instabilidade deve chegar na segunda-feira.
Segundo o Inmet, a previsão para a Região Norte são pancadas de chuvas com valores maiores que 70 mm no Amazonas, Pará, Amapá e Tocantins. Também há possibilidade de raios, rajadas de ventos e trovoadas. No Acre e Rondônia, não se descartam pancadas de chuvas isoladas. Em Roraima, são previstos menores acumulados de chuva até o fim da semana.
No Nordeste, são esperadas pancadas de chuva no Maranhão, Piauí e noroeste da Bahia, que podem vir acompanhadas de raios, rajadas de ventos e trovoadas. Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco também podem ter chuvas isoladas ao longo da semana.
Chuvas intensas devem atingir as regiões Centro-Oeste e Sudeste, com volumes maiores que 60 mm, com a possibilidade de raios, rajadas de ventos e trovoadas. Segundo o Inmet, o centro-norte do Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Triângulo e Sul Mineiro devem ser as regiões mais afetadas. Áreas do Espírito Santo, norte de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e centro-sul do Mato Grosso podem ser atingidas por chuvas com menores acumulados.
No Sul, um sistema de baixa pressão vai favorecer fortes instabilidades em áreas do Rio Grande do Sul. Há previsão de tempestades. No Paraná e Santa Catarina, são previstos menores acumulados, mas que podem ultrapassar os 60 mm. Entre os dias 21 e 22, sábado e domingo, a chuva deve diminuir na região.
As chuvas no Rio Grande do Sul afetaram ao menos 25 municípios, segundo levantamento da Defesa Civil, divulgado na manhã desta quarta-feira. Esse é o número de cidades que relataram danos decorrentes de "chuvas intensas, fortes ventos, granizo e descargas elétricas" ao órgão estadual.
No município de Cachoerinha, uma pessoa morreu após a queda de uma marquise. Outras dez pessoas ficaram feridas, segundo o relatado até o momento.
De acordo com a RGE, concessionária de distribuição de energia elétrica que atua em 381 municípios, o fornecimento de luz foi impactado pelo grande volume de chuva, descargas atmosféricas e fortes ventos. Os danos na rede elétrica são provocados, principalmente, por galhos, árvores e objetos arremessados pelo vento.
"As equipes da RGE estão totalmente mobilizadas para restabelecer o fornecimento, com segurança, no menor prazo possível. As regiões mais afetadas são Central, Metropolitana, Vale do Taquari, Vale dos Sinos e Vale do Rio Pardo", informou a empresa.
A RGE alertou ainda que a população deve ficar longe de fios partidos ou galhos de árvores que estejam caídos sobre a rede elétrica. A orientação nesses casos é acionar imediatamente a RGE e o corpo de bombeiros e aguardar o atendimento.
Os temporais no RS foram causados devido à uma área de baixa pressão em níveis médios e altos da atmosfera (“baixa fria”), que avançou durante a terça-feira do Chile para o Oeste e o Centro da Argentina, rumando depois para o Uruguai.
Ao mesmo tempo, uma intensa corrente de vento avançava pelo Norte da Argentina até o Uruguai e o Rio Grande do Sul com ar muito quente, fator que forneceu energia para instabilizar a atmosfera acentuadamente ao encontrar a “baixa fria”, gerando chuva intensa a excessiva com temporais fortes a severos de vento e granizo.
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