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Ciclone no Rio Grande do Sul: operação busca encontrar novos desaparecidos

Segundo balanço da Defesa Civil do estado, 43 mortes já foram confirmadas e 46 pessoas estão desaparecidas

O Vale do Taquari foi uma das regiões mais afetadas pela passagem do ciclone extratropica (SILVIO AVILA/AFP/Getty Images)

O Vale do Taquari foi uma das regiões mais afetadas pela passagem do ciclone extratropica (SILVIO AVILA/AFP/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 11 de setembro de 2023 às 07h19.

O número de mortos por conta das chuvas intensas da última semana no Rio Grande do Sul parece ter sido estabilizado no último domingo, 10. Ao todo, 43 pessoas morreram com a passagem do ciclone no estado, segundo balanço da Defesa Civil, e 46 pessoas estão desaparecidas. A previsão dos próximos dias, conforme divulgou o órgão governamental, é de alerta para temporais pontuais, chuva forte, descargas elétricas e eventual queda de granizo.

Hoje, segunda-feira, 11, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul realiza uma nova operação especial em busca dos desaparecidos. O órgão público formou dez equipes para a procura, compostas por 35 policiais de Porto Alegre e 83 vindos da região do Vale do Taquari, local onde as chuvas foram mais intensas.

São, ao todo, sete municípios afetados pelo ciclone: Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Estrela, Lajeado, Encantado, Roca Sales e Muçum.

Desaparecidos

Somente em Muçum, 30 pessoas estão desaparecidas. 

  • Cruzeiro do Sul: 5
  • Encantado: 1
  • Estrela: 2
  • Ibiraiaras: 2
  • Imigrante: 1
  • Lajeado: 3
  • Mato Castelhano: 1
  • Muçum: 16
  • Passo Fundo: 1
  • Roca Sales: 11
  • Santa Tereza: 1
  • Bom Retiro do Sul: 1
  • Colinas: 1
  • Abaixo, os desaparecidos:
  • Lajeado: 8
  • Arroio do Meio: 8
  • Muçum: 30

A passagem deste ciclone extratropical fez o Rio Grande do Sul superar a maior tragédia natural das últimas quatro décadas. Em junho, 16 pessoas morreram em decorrência de um fenômeno semelhante.

O número de municípios afetados também aumentou, indo de 88 para 93. No momento, são 4.794 desabrigados e 20.490 desalojados, contra 4.010 e 20.490 no balanço anterior, de meio dia. O número de afetados saltou de 160.313 para 340.918. O de feridos, por sua vez, aumentou de 452 para 924. 

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta sexta-feira um inquérito civil para apurar eventuais responsabilidades por medidas que poderiam ter sido tomadas no intuito de minimizar o estrago feito pelo ciclone extratropical. De acordo com o MPF, "as enchentes ocasionaram danos à vida e ao patrimônio de número expressivo de cidadãos residentes nas cidades serranas e dos vales, envolvendo cerca de 30 municípios das microrregiões de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Lajeado".

No inquérito, o MPF pretende averiguar quais as providências que foram adotadas em relação às enchentes.

A portaria de instauração do inquérito, assinada pela procuradora da República Flávia Rigo Nóbrega, determina a expedição de ofícios endereçados aos prefeitos e representantes da Defesa Civil da região de Bento Gonçalves, Caxias e Lajeado, "para que prestem informações que possam contribuir para a apuração dos fatos".

Vale do Taquari foi um dos mais atingidos

O Vale do Taquari foi uma das regiões mais afetadas pela passagem do ciclone extratropical, onde ficam os municípios de Muçum (com 15 mortes confirmadas) e Roca Sales (com dez óbitos registrados oficialmente).

Nesta sexta-feira, prefeito do município gaúcho de Muçum, Mateus Trojan (MDB), descreveu a situação na cidade como "caótica" e "catastrófica". E alertou que o número de vítimas fatais deve aumentar, pois há desaparecidos e corpos para serem identificativos.

Visita de presidente em exerício e anúncio de R$ 741 milhões

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, anunciou na tarde deste domingo, 10,  que o governo federal irá disponibilizar R$ 741 milhões em ajuda ao Rio Grande do Sul. O Estado foi atingido por fortes chuvas e enchentes desde a última segunda-feira, 4, após a passagem de um ciclone extratropical. Alckmin fez o anúncio em Lajeado, na Universidade do Vale do Taquari (Univates), onde se reuniu com prefeitos locais, ministros e o governador Eduardo Leite.

Os recursos serão distribuídos da seguinte forma:

  • R$ 26 milhões para o Ministério da Defesa: para o uso de helicópteros e demais maquinários na região nas buscas e reconstrução
  • R$ 80 milhões para o Ministério da Saúde: montou um hospital de campanha em Roca Sales (RS) e reconstrução de unidades de saúde destruídas, além da atuação das equipes da Força Nacional de Saúde na região
  • R$ 116 milhões para o Ministério dos Transportes: reconstruir um trecho da BR 116, no km 96, na região do Rio das Antas;
  • R$ 125 milhões para o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e Ministério do Desenvolvimento Agrário: para aplicar no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
  • R$ 195 milhões para o Ministério das Cidades: serão usados para a construção de moradias
  • R$ 185 milhões para o Ministério da Integração Nacional: para ajuda humanitária e reconstrução de ruas, estradas, limpeza e pavimentação dos municípios.

O Ministério da Previdência Social também receberá recursos, ainda sem detalhamento.

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