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Chuva recorde deixa 11 mortos, alaga vias e afeta transporte no Rio

De acordo com a Defesa Civil Municipal da capital fluminense, os bairros da zona norte foram os principais afetados, em especial Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Acari e Irajá.

 (AFP/AFP Photo)

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Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de janeiro de 2024 às 14h55.

Última atualização em 14 de janeiro de 2024 às 18h27.

As fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro entre sábado, 12, e domingo, 13, deixaram ao menos onze pessoas mortas além de um rastro de inundações e alagamentos em vias com efeitos sobre o transporte público. Autoridades orientam que moradores evitem se deslocar.

De acordo com a Defesa Civil Municipal da capital fluminense, os bairros da zona norte foram os principais afetados, em especial Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Acari e Irajá.

Em Ricardo de Albuquerque, um homem foi vítima de um desabamento provocado por um deslizamento de terra, na madrugada deste domingo, na Rua Moraes Pinheiro. Em Acari, uma mulher adulta foi encontrada morta na Rua Matura, 279, possivelmente vítima de afogamento.

Fora da capital, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, outra vítima feminina foi resgatada em um rio, próximo à rua General Rondon.

Em São João de Meriti, também na Baixada, um homem foi vítima de uma descarga elétrica na Rua Neuza. Na mesma cidade, autoridades registraram um afogamento.

Em Comendador Soares, próximo à passarela da Rua Bernardino Melo outro homem foi resgatado sem vida por militares, com sinais de afogamento. Em Belford Roxo, outra morte foi registrada.

A corporação segue nas buscas por uma vítima feminina adulta que teria desaparecido após a queda de um veículo no Rio Botas, na altura da Rua Doze, no bairro Andrade Araújo, na noite de sábado.

Nas últimas 24 horas, os bombeiros atenderam a mais de duzentas ocorrências relacionadas á chuva, entre elas, salvamentos, inundações, desabamentos e queda de árvores.

Temporal fez prefeitura do Rio acionar o 'estágio 4'

O Centro de Operações da prefeitura do Rio acendeu o alerta de "estágio 4" na madrugada deste domingo, por volta das 3 horas, em reação aos "elevados acumulados pluviométricos em 24 horas".

O alerta significa que "uma ou mais ocorrências graves impactam a cidade" ou "há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões".

Isso faz com que os danos e impactos comecem a extrapolar a capacidade de resposta imediata das equipes - a escala vai até o 5, quando essa capacidade é extrapolada de forma "relevante".

Às 7h40, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), publicou um vídeo atualizando a situação da cidade. "A região da Zona Norte, Avenida Brasil, a bacia toda do Rio Acari, Irajá, Jardim América Anchieta, Ricardo (de Albuquerque), com problemas ainda, mas estamos priorizando. Montamos uma base de comando na Pavuna."

"O que pedimos para as pessoas, principalmente nessas áreas, é evitar se deslocar. Avenida Brasil interditada", completou mais cedo, antes da liberação da via, já no início da tarde.

A estação meteorológica de Anchieta atingiu o acumulado de 259,2 milímetros de chuva no período de 24 horas, o recorde em toda a série histórica do Sistema Alerta Rio (desde 1997) naquela estação meteorológica.

O acumulado foi aproximadamente 40% maior do que a média histórica de janeiro naquela região - em apenas um dia choveu 138,4% da média de janeiro.

O mesmo cenário foi observado em Irajá: 123,6% da média de janeiro. Em Madureira, foram quase 10% a mais que a média mensal - 109,7% da média de janeiro.

"Em função do deslocamento de uma frente fria estacionária sobre o oceano, o município do Rio foi atingido por uma chuva com caráter contínuo a partir da tarde de sábado. Os núcleos de chuva apresentaram uma característica com lento deslocamento pelos bairros da cidade", explicou o Centro de Operações.

Neste domingo, segundo o Alerta Rio, essa frente ainda influencia o tempo no município. O céu deve ficar nublado e há previsão de chuva fraca a qualquer momento.

Ocorrências

No momento da atualização do nível da emergência, o Centro de Operações informou que haviam 12 bolsões d'água abertos, enquanto 13 já haviam sido resolvidos. Em relação a alagamentos, 16 estavam ativos e quatro haviam sido solucionados. Haviam seis ocorrências de queda de árvore e outras três já tinham sido atendidas.

A Defesa Civil Municipal acionou 29 sirenes em 16 comunidades a partir da 00h30, e os pontos de apoio foram abertos. Os moradores precisaram se dirigir até eles. Essas mesmas sirenes continuam ativas.

Transporte

A Supervia, responsável pelos trens, precisou fechar a estação Osvaldo Cruz, por causa de pontos de alagamentos nas linhas 1 e 2, conforme informou o Centro de Operações.

O Metrô Rio informou que o entorno das estações da linha 2 foi afetado. "O alto volume de água, principalmente no bairro de Acari, impossibilitou a abertura completa do sistema", destacou. "A concessionária começa a operar provisoriamente na linha 2 entre as estações Colégio e General Osório/Ipanema. As estações Pavuna, Engenheiro Rubens Paiva, Acari Fazenda Botafogo e Coelho Neto estão temporariamente fechadas."

Devido à interdição da Avenida Brasil, as linhas de ônibus 397, 362, 392, 388, 394, 393, 300, 665, 369, 378, 771 ficaram fora de circulação.

Estado do Rio

De acordo com o governo do Estado do Rio, os bombeiros atenderam a mais de 150 ocorrências relacionadas às chuvas nas últimas 24 horas. Tratam-se de salvamentos de pessoas, inundações e alagamentos, cortes de árvores e desabamentos e deslizamentos.

"Mesmo de férias, estou coordenando as secretarias e sigo em contato com as prefeituras para lidar com as intensas chuvas. A força-tarefa do Governo do Estado já está em andamento", publicou Cláudio Castro (PL), no X (antigo Twitter).

"Atenção: previsão de chuvas intensas nas próximas horas em todo o Estado. Permaneçam em casa ou em local seguro. A segurança da população é nossa prioridade", alertou o governador.

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