Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2014 às 13h40.
São Paulo - A chegada de uma nova frente fria deve provocar chuva, na próxima quarta-feira (13), na região do litoral e também no leste e sudeste do estado de São Paulo. Não deverão ser, no entanto, precipitações fortes, a ponto de aliviar o problema da crise hídrica paulista, com sucessivas baixas nos reservatórios, principalmente no Sistema Cantareira, hoje com quase metade do volume de água registrado em maio último.
Segundo a meteorologista Helena Balbino, do Instituto Nacional de Meteorologia, a chuva seguida de queda na temperatura será passageira, com ocorrências apenas na quarta e na quinta-feira (14). “Estamos tendo a influência da alta pressão atmosférica. O ar está descendo e impede a formação de nuvens”, explicou, justificando o predomínio da estiagem.
Helena informou ainda que as áreas de instabilidade deverão atingir o Vale do Paraíba, o litoral, a capital paulista e localidades mais próximas. Nas regiões norte e noroeste, porém, o tempo vai continuar seco.
Sem a ocorrência de chuva forte e com o consumo, o nível do Sistema Cantareira tem caído gradualmente, deixando crítica a situação do abastecimento para cerca de 9 milhões de pessoas na região metropolitana da capital e em parte do interior. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), de ontem (10) para hoje (11) o volume disponível diminuiu de 13,9% para 13,8%.
O índice índica que a capacidade armazenada é praticamente a metade da registrada no último dia 16 de maio (26,7%), quando começou a ser bombeada a água abaixo da superfície onde era feita a captação. Naquele momento, a reserva útil estava em 8,2%.
Com a soma de 182,5 bilhões, o volume armazenado atingiu em torno de 990 bilhões, volume apontado pela Sabesp como suficiente para garantir a distribuição até 2015. Na semana passada, o governador do estado, Geraldo Alckmin, voltou a argumentar que apesar de o estado viver a pior seca em 84 anos, o racionamento estava descartado.