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Chuva e falta de funcionários atrasam voos em todo o país

Problemas exigem ajustes da malha aérea nacional

O aeroporto de Brasília está na lista dos mais afetados (Jonas Oliveira/Placar)

O aeroporto de Brasília está na lista dos mais afetados (Jonas Oliveira/Placar)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2011 às 10h49.

Brasília - A chuva que atinge praticamente todo o país e os problemas enfrentados pelas empresas aéreas, como o déficit de mão-de-obra, continuam provocando atrasos e cancelamentos de voos e exigindo ajustes da malha aérea. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), até as 11 horas, 132, ou 12,1% dos 1087 voos programados desde a zero hora de hoje (6) haviam decolado com mais de trinta minutos de atraso. Além disso, 49 (4,5%) foram cancelados.

Entre os aeroportos mais movimentados, alguns dos mais afetados são o Tancredo Neves/Confins, em Belo Horizonte (MG) e o Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF). No primeiro, foram registrados 21,4% voos atrasados, embora não tenha havido nenhum cancelamento. Já no segundo, o índice chegou a 22,9%, enquanto os quatro cancelamentos representam 5,7% do total de voos. Em São Paulo, 14,6 dos voos programados para partir de Congonhas foram cancelados.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Gelson Fochesato, os problemas têm várias causas, como a necessidade de adequação da infraestrutura aeroportuária e a falta de uma política de gestão para o setor, mas, de acordo com ele, uma das principais delas é a falta de pessoal.

“Há muitos pilotos e comissários desempregados no país, mas as empresas aéreas contratam o mínimo possível de funcionários para, assim, ganhar mais dinheiro. Aí quando chega a alta estação acontece esse caos”, afirmou o comandante ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, esta manhã.

Sem falar em operação-padrão, Fochesato admitiu que, no final de 2010, após as companhias aéreas se recusarem a atender às exigências salariais da categoria, os trabalhadores decidiram não fazer mais horas extras e nem aceitar alterações de escalas. De acordo com Fochesato, como o número de funcionários contratados pelas empresas é insuficiente para atender à demanda por voos, em dezembro, muitos pilotos e comissários estavam prestes a exceder a jornada mensal, que é de 85 horas de voo ou 175 horas de trabalho.

“Isso também afeta o transporte aéreo, mas decidimos fazê-lo em prol da segurança dos voos e dos passageiros já que tripulações trabalhando estressadas são uma ameaça”, comentou Fochesato, destacando que a categoria continua negociando com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) e que uma greve ainda não está totalmente descartada.

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