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Para Chinaglia, retirada de projeto impede reforma do ICMS

"Se o governo retira, não há mínima chance (de aprovar em 2013). Se não aprovar este ano, não aprovará no ano que vem também", disse líder do governo na Câmara


	De acordo com Chinaglia, a retirada do projeto foi "uma medida prudencial" porque a aprovação traria "pena de desorganização da economia", uma vez que estavam previstos gastos de R$ 5 bilhões pelo governo federal
 (Antonio Cruz/Abr)

De acordo com Chinaglia, a retirada do projeto foi "uma medida prudencial" porque a aprovação traria "pena de desorganização da economia", uma vez que estavam previstos gastos de R$ 5 bilhões pelo governo federal (Antonio Cruz/Abr)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 15h51.

Brasília - O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu nesta terça-feira que a retirada pelo governo do projeto que muda o indexador da dívida de governos de Estados e prefeituras com a administração federal torna inviável a aprovação da reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2013 e 2014.

"Se o governo retira, não há mínima chance (de aprovar em 2013). Se não aprovar este ano, não aprovará no ano que vem também", disse, referindo-se ao intervalo de sucessão presidencial.

De acordo com Chinaglia, a retirada do projeto foi "uma medida prudencial" porque a aprovação traria "pena de desorganização da economia", uma vez que estavam previstos gastos de R$ 5 bilhões pelo governo federal.

Essa conta diz respeito às mudanças feitas pelo líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ), ao projeto enviado pelo Poder Executivo federal, que desagradou à área econômica. "Não podemos gastar um dinheiro desse e ainda correr o risco de não haver eficácia", justificou.

O líder do governo na Câmara disse que a decisão de retirada do projeto ocorreu após reunião entre líderes da base aliada, equipe econômica, Secretaria de Relações Institucionais e Casa Civil da Presidência da República.

No encontro, concluiu-se que seria necessário haver um "cruzamento" entre a medida provisória (MP) que cria os fundos de compensação e de desenvolvimento regional por causa das mudanças do ICMS, o projeto de lei complementar que altera o indexador das dívidas - e também convalida incentivos fiscais concedidos - e o de resolução apresentada no Senado que buscava unificar as alíquotas do imposto.

As medidas deveriam ser aprovadas em paralelo. "A resolução não frutificou bem, a MP, por consequência, esvaziou-se e agora ficava restando esse projeto", afirmou, referindo-se ao fato de que, no caso da resolução, senadores aprovaram mudanças sem o aval da equipe econômica. Chinaglia negou que o Executivo federal tenha desistido do projeto e alegou que se trata de um tema difícil por ser uma "reforma fiscal robusta". "Na minha opinião, não é porque jogou a toalha, é que essa dinâmica não está suficientemente madura - é o mínimo que tem de se cumprir - para se produzir uma unidade na base aliada", afirmou.

"Ou se faz um grande acordo, ou não se caminha", emendou. Ele disse que a tendência agora é manter o tema em discussão no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e buscar mais negociações para uma eventual retomada do projeto. "Um dado momento, eu acreditava que a gente ia conseguir aprovar. Não foi possível mais uma vez", lamentou.

Reunião de líderes

Na manhã desta terça-feira, Chinaglia reuniu-se com líderes da base governista na Câmara e com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. De acordo com o líder do governo na Câmara, Ideli agradeceu o empenho da base na votação da MP dos Portos. Ainda no encontro, ficou acertado que haverá esforço da base para votar as MPs que trancam a pauta da Casa e encaminhá-las em tempo hábil para o Senado. A preocupação dos deputados é que o Senado decidiu que só votará as MPs que chegarem com sete dias de antecedência do prazo final. "Isso tem gerado outra discussão sobre o melhor rito de trâmite de MP porque ainda não há um conforto no Senado e na Câmara quanto a esse rito", afirmou.

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