Chico Alencar: "O que mais importa é o que queremos para o parlamento. E o parlamento está mal", disse o deputado (Laycer Tomaz/Câmara)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 17h27.
Brasília - Em seu discurso como candidato à presidência da Câmara, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou a hegemonia do PMDB no Legislativo.
Ele afirmou que o comando das duas Casas, Senado e Câmara, nas mãos do PMDB dificulta o exercício da função fiscalizadora do Congresso. "É um perigo para a democracia brasileira", disse. Segundo ele, fará com que o "oficialismo predomine" e o Legislativo renuncie à fiscalização.
Alencar deu uma estocada no candidato oficial e favorito na disputa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao defender o projeto em tramitação na Casa que proíbe o parlamentar destinar recursos de emendas ao Orçamento da União para empresas de assessores.
Uma das denúncias que pesam contra Alves é por suposto favorecimento a empresa de engenharia de seu assessor, que deixou o cargo após a publicação de reportagem sobre o assunto.
Ele defendeu mudanças nos critérios para apresentação de emendas. "As emendas parlamentares são usadas para o clientelismo, fisiologismo ou na perspectiva do mandato futuro", disse.
Alencar reconheceu que não tinha chance de vitória, mas que a contabilidade dos votos não era o mais importante. "O que mais importa é o que queremos para o parlamento. E o parlamento está mal", disse, defendendo a discussão dos interesses da sociedade. "Parece óbvio, mas o óbvio muitas vezes é esquecido", afirmou. Para ele, há na sociedade um desalento e um desencanto com a atividade política.