Devolução de cheques: a população teve mais dificuldades em honrar os pagamentos também sob o efeito do aumento da inflação por conta de uma série de reajustes de preços em diversos setores (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2015 às 12h53.
São Paulo - A proporção de cheques devolvidos em relação ao total de documentos compensados em março último atingiu 2,32%, taxa acima do percentual registrado no mês anterior (2,19%) e superior também à de igual período do ano passado (2,21%).
De acordo com a pesquisa Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos, a inadimplência foi a quarta mais elevada do gênero em um mês de março desde 1991, quando teve início o levantamento.
A maior taxa de devolução nesse período ocorreu em 2009 com índice equivalente a 46%, seis meses após a eclosão da crise financeira internacional. Embora ruim, o resultado de março último ficou aquém ainda do observado no mesmo mês dos anos de 2006 (2,43%) e 2013 (2,36%).
Os economistas da Serasa Experian informam que houve influência de pressões conjunturais, além da concentração de encargos financeiros característicos do período como impostos relacionados à imóveis, veículos, despesas com material escolar, viagens de férias entre outros.
Segundo eles, a população teve mais dificuldades em honrar os pagamentos também sob o efeito do “aumento da inflação por conta de uma série de reajustes de preços administrados de energia elétrica, transporte urbano, gasolina, [sem deixar de mencionar] elevação dos índices de desemprego e das taxas de juros”.
Quando analisadas o desempenho do primeiro trimestre, o estado do Amapá aparece na frente como o maior emissor de cheques sem fundo do país com taxa acumulada de 21,62%. Em posição oposta, São Paulo teve a menor taxa com 0,93%.
Por região, o Norte do país apresentou a pior condição com 6,89% dos cheques devolvidos. Já a menor proporção foi registrada no Sudeste com 1,32%.